ATA DA NONAGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUINTA LEGISLATURA, EM 24-10-2011.

 


Aos vinte e quatro dias do mês de outubro do ano de dois mil e onze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, respondida pelos vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Aldacir José Oliboni, DJ Cassiá, João Antonio Dib, Mario Manfro, Mauro Pinheiro, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Sofia Cavedon, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença. Constatada a existência de quórum, a senhora Presidenta declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os vereadores Adeli Sell, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Carlos Todeschini, Dr. Raul Torelly, Dr. Thiago Duarte, Elias Vidal, Elói Guimarães, Engenheiro Comassetto, Fernanda Melchionna, Haroldo de Souza, Idenir Cecchim, João Carlos Nedel, Luciano Marcantônio, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Fraga, Mauro Zacher, Nelcir Tessaro, Pedro Ruas, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Sebastião Melo e Waldir Canal. À MESA, foram encaminhados: pelo vereador DJ Cassiá, o Projeto de Lei do Legislativo nº 155/11 (Processo nº 3226/11); pela vereadora Fernanda Melchionna, conjuntamente com o vereador Pedro Ruas, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 019/11 (Processo nº 3290/11); pelo vereador João Carlos Nedel, os Projetos de Lei do Legislativo nos 167 e 168/11 (Processos nos 3375 e 3376/11, respectivamente); pelo vereador Nelcir Tessaro, o Projeto de Lei do Legislativo nº 166/11 (Processo nº 3367/11) e o Projeto de Resolução nº 038/11 (Processo nº 3493/11). Também, foram apregoados os Ofícios nos 953 e 954/11, do senhor Prefeito, encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei do Executivo nos 042 e 043/11 (Processos nos 3558 e 3559/11, respectivamente). Após, foi apregoado o Memorando nº 087/11, de autoria do vereador Carlos Todeschini, deferido pela senhora Presidenta, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo, no dia vinte e um de outubro do corrente, no 4º Encontro Regional da Confederação Nacional dos Trabalhadores Liberais Universitários Regulamentados – CNTU –, às nove horas, no Deville Hotel, em Porto Alegre. Do EXPEDIENTE, constaram Ofícios do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde, emitidos no dia treze de outubro do corrente. Durante a Sessão, deixaram de ser votadas as Atas da Octogésima Segunda, Octogésima Terceira, Octogésima Quarta, Octogésima Quinta e Octogésima Sexta Sessões Ordinárias e da Vigésima Segunda e Vigésima Terceira Sessões Solenes. Após, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do vereador Mario Manfro, solicitando alteração na ordem dos trabalhos, iniciando-se o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado a assinalar a abertura da Semana de Saúde Bucal, nos termos do Requerimento nº 062/11 (Processo nº 2775/11), de autoria do vereador Mario Manfro. Compuseram a Mesa: a vereadora Sofia Cavedon, Presidenta da Câmara Municipal de Porto Alegre; o senhor Andrew Lemos Pacheco, Presidente do Sindicato dos Odontologistas no Estado do Rio Grande do Sul; o senhor Gilson Beltrão, Coordenador do Comitê das Entidades de Classe da Odontologia – CECO –; o senhor Flávio Borella, Diretor-Secretário do Conselho Regional de Odontologia do Rio Grande do Sul; o senhor Fernando Ramão Vidal; o senhor João Paulo Ercolani, representando a Sociedade Brasileira dos Cirurgiões-Dentistas – SOBRACID –; e o senhor Marcelo Bosio, Secretário Adjunto da Secretaria Municipal da Saúde. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Mario Manfro, como proponente, e Aldacir José Oliboni. Em prosseguimento, a senhora Presidenta concedeu a palavra aos senhores Gilson Beltrão e Marcelo Bosio, que destacaram a importância do registro efetuado pela Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quinze horas, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e um minuto. Após, a senhora Presidenta registrou as presenças, neste Plenário, dos senhores Jorge Cristiano Oliveira de Oliveira, Coordenador da Comissão Executiva da Semana Municipal do Hip Hop, Carlos Cristiano Gonçalves, Leandro Francisco Sere da Rosa e Wagner Luís Machado Ferreira, convidando Suas Senhorias a integrarem a Mesa dos trabalhos e concedendo a palavra, em TRIBUNA POPULAR, aos senhores Jorge Cristiano Oliveira de Oliveira e Wagner Luís Machado Ferreira, que discorreram acerca das dificuldades enfrentadas para organização da Semana Municipal do Hip Hop, solicitando a apresentação de emenda à Lei de Diretrizes Orçamentárias (Processo nº 3043/11), destinando recursos financeiros que viabilizem a realização desse evento no ano de dois mil e doze. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se a vereadora Fernanda Melchionna e os vereadores Airto Ferronato, DJ Cassiá, Engenheiro Comassetto, Paulinho Rubem Berta, Nelcir Tessaro e Toni Proença. Na oportunidade, a senhora Presidenta registrou as presenças, neste Plenário, de alunos e do professor Gustavo Tricot e da professora Anna Luisa Duarte, da Associação Cristã de Moços – Centro –, que comparecem à Câmara Municipal de Porto Alegre para participar do Projeto de Educação Política, desenvolvido pelo Memorial desta Casa. Ainda, a senhora Presidenta concedeu a palavra às jovens Marina Machado e Nathalia de Mesquita, alunas da Associação Cristã de Moços, que discorreram sobre questões atinentes aos temas educação e atuação política da juventude. Às quinze horas e cinquenta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e cinquenta e nove minutos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se os vereadores Luciano Marcantônio, João Antonio Dib, Aldacir José Oliboni, este pela oposição, e João Antonio Dib, este pelo Governo. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Adeli Sell, Airto Ferronato, DJ Cassiá, este em tempo cedido pelo vereador Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo e Beto Moesch. Após, o vereador João Antonio Dib formulou Requerimento verbal, solicitando o encaminhamento do Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 006/11 (Processo nº 0587/11) para parecer da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do MERCOSUL. A seguir, constatada a existência de quórum deliberativo, foi aprovado Requerimento verbal formulado pelo vereador João Antonio Dib, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão, por vinte e um votos SIM, quatro votos NÃO e três ABSTENÇÕES, em votação nominal solicitada pelo vereador Alceu Brasinha, tendo votado Sim os vereadores Airto Ferronato, Alceu Brasinha, Bernardino Vendruscolo, Beto Moesch, Dr. Raul Torelly, Dr. Thiago Duarte, Elói Guimarães, Idenir Cecchim, João Antonio Dib, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Maria Celeste, Mario Fraga, Mario Manfro, Mauro Zacher, Nilo Santos, Paulinho Rubem Berta, Professor Garcia, Sebastião Melo, Tarciso Flecha Negra e Toni Proença, votado Não os vereadores Adeli Sell, Aldacir José Oliboni, Carlos Todeschini e Reginaldo Pujol e optado pela Abstenção a vereadora Fernanda Melchionna e os vereadores Haroldo de Souza e Pedro Ruas. Também, o vereador Carlos Todeschini formulou  Requerimento verbal, solicitando alteração na ordem dos trabalhos, Requerimento declarado prejudicado pelo senhor Presidente em face da aprovação do Requerimento nesse sentido formulado pelo vereador João Antonio Dib. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciou-se o vereador Idenir Cecchim. Em GRANDE EXPEDIENTE, pronunciaram-se os vereadores Paulinho Rubem Berta e Nilo Santos. Em PAUTA ESPECIAL, Discussão Preliminar, 1ª Sessão, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 040/11, discutido pelo vereador Elói Guimarães. Após, foi efetuada verificação de quórum, constatando-se a inexistência de quórum regimental para ingresso na Ordem do Dia. Em PAUTA, Discussão Preliminar, 2ª Sessão, estiveram os Projetos de Lei do Executivo nos 038 e 039/11. Ainda, os vereadores Dr. Thiago Duarte e Professor Garcia pronunciaram-se durante o período de Pauta. Após, foram apregoados os seguintes Requerimentos, deferidos pela senhora Presidenta, solicitando autorização para representar externamente este Legislativo: de autoria do vereador Nelcir Tessaro (Processo nº 3570/11), no dia vinte e seis de outubro do corrente, em Audiência Pública da Câmara dos Deputados destinada a debater a qualificação da mão de obra, melhoria da infraestrutura e geração de empregos e promover o desenvolvimento do turismo brasileiro, em Brasília – DF –; de autoria do vereador Waldir Canal (Processo nº 3544/11), do dia vinte e quatro ao dia vinte e sete de outubro do corrente, no Encontro Nacional de Tecnologia da Informação, em Brasília – DF. Durante a Sessão, os vereadores Bernardino Vendruscolo, Aldacir José Oliboni, João Antonio Dib, Reginaldo Pujol, Nilo Santos, Sebastião Melo, Alceu Brasinha, Dr. Raul Torelly e Mario Fraga manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezessete horas e cinquenta e sete minutos, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pela vereadora Sofia Cavedon e pelos vereadores DJ Cassiá, Mario Manfro e Paulinho Rubem Berta e secretariados pelo vereador Paulinho Rubem Berta. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo senhor 1º Secretário e pela senhora Presidenta.

 

 


A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Verifico que os representantes da Comissão Executiva da Semana do Hip-Hop já estão se apresentando. Pergunto se o Jorge Cristiano Oliveira de Oliveira se encontra. (Pausa.) Ainda não? Como ele ainda não está, vamos passar para o período de Comunicações.

Ver. Mario Manfro, acredito que V. Exª gostaria da inversão da ordem dos trabalhos, porque o Grande Expediente viria antes do período de Comunicações.

 

O SR. MARIO MANFRO (Requerimento): Sem dúvida, Srª Presidente, eu ia fazer esse Requerimento, solicitando a inversão da ordem dos trabalhos, em homenagem aos cirurgiões-dentistas e aos muitos municipários que aqui também se encontram. Façamos, então, essa inversão, deixando o Grande Expediente para após o período de Comunicações.

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Mario Manfro. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje, este período é destinado à abertura da Semana da Saúde Bucal, nos termos do Requerimento nº 062/11, de autoria do Ver. Mario Manfro, aprovado por todos os Vereadores.

Quero dar as boas-vindas aos cirurgiões-dentistas, às cirurgiãs-dentistas, aos colegas municipários, já parabenizando o Ver. Mario Manfro pela belíssima atividade da Frente Parlamentar de Enfrentamento ao Câncer de Boca, que ocorreu no domingo, na Redenção. Sabemos que foi uma excelente atividade. Nós, no programa Câmara na Comunidade, encaminhamos algumas pessoas para essa atividade. Quero parabenizá-lo, e agradecer a sua representação no jantar dos cirurgiões-dentistas, representando esta Casa no final de semana.

Convido para compor a Mesa o Sr. Andrew Lemos Pacheco, Presidente do Sindicato dos Odontologistas no Estado do Rio Grande do Sul, seja bem-vindo; convido também o Gilson Beltrão, Coordenador do Comitê das Entidades de Classe da Odontologia; convido o Sr. Flávio Borella, Diretor-Secretário do Conselho Regional de Odontologia do Rio Grande do Sul; convido o Sr. Fernando Ramão Vidal, representante do Conselho de Cirurgiões-Dentistas; o Sr. João Paulo Ercolani, representante da Sobracid; e o Sr. Marcelo Bosio, Secretário Adjunto da Secretaria Municipal da Saúde.

O Ver. Mario Manfro está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MARIO MANFRO: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon; eu não vou nominar as autoridades da Mesa, mas quero saudar todos os meus colegas cirurgiões-dentistas nesta Semana, que é de festejos, alegrias e comemorações. Em primeiro lugar, eu quero dizer, Presidente, que foi uma honra representá-la no jantar dançante que o CECO promoveu no Clube do Comércio. Foi um evento maravilhoso, e quero dizer a todos que a comenda envolvida na organização desse evento está de parabéns. Realmente, foi uma festividade acima da média, digna de abrir uma semana acadêmica, como a Semana da Saúde Bucal. Meus amigos, o que me levou a propor a 1ª Semana Municipal da Saúde Bucal – e nós estamos, também, na 10ª Semana Estadual da Saúde Bucal – são dois fatores basicamente. Um, para que nós possamos fazer este congraçamento, esta celebração de alegria, de momentos como o que tivemos, ontem, no Brique, quando a Frente Parlamentar de Saúde Bucal aqui da Câmara de Vereadores, juntamente com a Secretaria Estadual de Saúde, fez mais de 200 exames, aproximando-se da população de Porto Alegre.

A saúde bucal – e eu tenho dito isso reiteradas vezes, não é neste Governo, não é no Governo anterior, e no anterior, mas historicamente – tem sido relegada, Verª Fernanda Melchionna, a um plano secundário. Se nós analisarmos os números, nós temos que ter muito mais cirurgiões-dentistas em Programas de Saúde da Família, temos que ter muito mais contratações de cirurgiões-dentistas para a rede pública.

O Ver. Dr. Raul, o Ver. Oliboni, o Ver. Todeschini, o nosso Presidente da COSMAM, que não está presente ainda, o Ver. Dr. Thiago; o Ver. Beto Moesch, nós temos visitado os postos de saúde e constatamos a demanda reprimida nos casos que envolvem a saúde bucal, principalmente no que diz respeito a um tratamento especializado.

Então, eu aproveito o parêntese para, desde já, dizer que é urgente que se crie o cargo de dentista especialista, assim como foi feito na classe médica. Isso é mais do que urgente, é para evitar um paradoxo. Nós estamos com um Projeto na Câmara de Vereadores, no qual nove cirurgiões-dentistas serão contratados para trabalhar no CEO da Vila do IAPI. CEO quer dizer Centro de Especialidades Odontológicas. Esses cirurgiões-dentistas, que estão sendo contratados, já teriam que ser... Se o destino deles é trabalhar no CEO, já teriam que ser especialistas.

Nós avançamos muito – e falo, agora, para a Secretaria da Saúde –, avançamos, sim! Nós não tínhamos, há muito tempo, concurso público para cirurgião-dentista, e foi feito nesta gestão. Hoje nós temos uma lista de espera de cirurgiões-dentistas, e isso tem que ser saudado. Tem que ser saudada, também, a maneira cordial com que temos sido recebidos na Secretaria de Saúde, inclusive com um grupo de trabalho dentro da Secretaria, para que possamos viabilizar...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. MARIO MANFRO: ...que nos equiparem, Presidente, à classe médica. Nós precisamos de uma isonomia. Eu tenho falado com diversos Vereadores – Vereadores de oposição, Vereadores da base – e encontro uma unanimidade nesse sentido. Todos eles acham justa a reivindicação dos nossos colegas municipários e municipalizados, porque não pode haver uma diferenciação. Os argumentos da classe médica foram ouvidos, e acho mais: acho que foram justamente ouvidos. Só que não há uma diferença. Os argumentos da classe odontológica são tão fortes quanto os da classe médica. Então, eu aproveito este espaço para parabenizar todos os cirurgiões-dentistas e para parabenizar todos aqueles que estão junto conosco e...

O Sr. Dr. Raul Torelly: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mario Manfro, é com extrema satisfação que eu quero, mais uma vez, estar junto na luta dos nossos odontólogos, reconhecer o seu trabalho. Quero cumprimentar todas as autoridades aqui presentes, o Secretário Marcelo Bosio, e dizer que, realmente, a nossa Saúde pública tem que ser integral. E integral significa saúde bucal, significa ausência de câncer de boca, significa uma sociedade sorridente que possa conseguir trabalho. Estamos todos juntos nessa luta; sabemos das dificuldades da Saúde pública, que não são da Odontologia nem da Medicina, mas que são da Saúde pública, muitas vezes, decorrentes da falta de recursos e de alguns problemas de gestão no nosso País.

Saudamos o Dia do Cirurgião-Dentista, amanhã, dizendo que nós, que somos da área da Saúde, estamos permanentemente na luta por uma Saúde pública melhor, e, com certeza, também por uma Odontologia mais valorizada. (Palmas.)

 

O SR. MARIO MANFRO: Tenho certeza, Dr. Raul, que sempre foi um parceiro nosso.

 

O Sr. Beto Moesch: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Assim como o Ver. Dr. Raul Torelly, o Ver. Aldacir Oliboni e o Ver. Dr. Thiago Duarte, nós somos seus colegas na Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara Municipal; estou aqui falando em nome do Partido Progressista e, primeiro, quero dizer que somos testemunhas do seu empenho em pautar o assunto saúde bucal aqui na cidade de Porto Alegre, na Câmara de Vereadores, e, principalmente, o trabalho preventivo que se deve ter: o hábito de escovar os dentes, usar fio dental, não fumar, e assim por diante. Então, quero parabenizá-lo. A Frente que V. Exª está liderando já começou com grande sucesso. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O Sr. Luiz Braz: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu colega Ver. Mario Manfro, eu fico muito feliz em poder ver que V. Exª ao se eleger, tomou esta bandeira como a sua a bandeira principal e a está levando à frente com muito cuidado para não cometer nenhum tipo de erro e para poder fortalecer essa luta que os brasileiros já travam há muito tempo por uma melhor saúde bucal. Ninguém melhor do que V. Exª, aqui nesta Casa, poderia levar essa luta à frente. Então, quero cumprimentar V. Exª, que cumpre muito bem o seu papel de líder político aqui na nossa região. Muito obrigado. (Palmas.)

 

O Sr. Toni Proença: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mario Manfro, senhores e senhoras que compõem esta Mesa de hoje, liderada pela nossa Presidente Verª Sofia Cavedon, e todos que vêm a esta Casa defender essa luta, que V. Exª lidera aqui na Câmara de Vereadores, com muita competência, com muita garra e determinação, é fácil votar a favor das causas que o senhor defende, porque os argumentos são fortes e sempre em favor e em benefício da população, principalmente da população mais carente da nossa Cidade. Parabéns pela luta. Tenho certeza de que a saúde bucal de Porto Alegre, a partir do momento em que o senhor chegou na Câmara, se fortaleceu muito mais, continue assim. (Palmas.)

 

O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mario Manfro, antes de mais nada, permita que repita o que já lhe disse há poucos minutos, fora da tribuna: não pude estar com V. Exª lá no Brique da Redenção no dia de ontem, mas sei que vários amigos meus cirurgiões-dentistas, odontólogos, estavam lá presentes e foram por mim alertados a respeito da Semana que se desdobra e, sobretudo, sobre o acontecimento que estava ocorrendo lá no Brique da Redenção. Eu quero, Vereador, cumprimentá-lo, porque V. Exª tem uma atividade na Câmara que me impressiona. Não sei se por vinculações com o Aécio Neves, mas V. Exª está trabalhando como mineiro: sorrateiramente, às vezes despercebidamente, mas com muita eficiência. Então, essa Semana que V. Exª propôs e que traz hoje aqui, para a nossa alegria, tantas e representativas figuras da sua categoria profissional, como o Sr. Andrew Lemos Pacheco, o Sr. Gilson Beltrão, o Sr. Fernando Ramão Vidal, o Sr. João Paulo Ercolani e o nosso Secretário Substituto da Saúde, marca de uma forma definitiva o engajamento da Câmara Municipal a esse trabalho do qual V. Exª é um paladino e um cruzadeiro.

Então, quero cumprimentá-lo com a convicção de que o ato de domingo passado, no dia de ontem, a ocupação da tribuna neste momento e a presença de tão gradas pessoas e de uma plateia repleta de colegas seus é um marco delimitador de um novo tempo, um tempo em que Câmara Municipal compreenderá o seu discurso e se colocará a seu lado, para que as coisas andem, e andem bem no interesse da sociedade e da comunidade. Meus cumprimentos. (Palmas.)

 

O Sr. Paulinho Rubem Berta: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mario Manfro, muito obrigado pelo aparte. Cumprimentando o nosso Secretário e a nossa Presidente, quero cumprimentar, em nome da Bancada do PPS, toda a Mesa e todos que nos assistem. Desde que entrei nesta Casa, venho acompanhando o seu trabalho, principalmente na periferia, e a sua grande preocupação com aqueles mais excluídos e que menos chance têm de ter a saúde bucal atendida. Por isso, quero dar-lhe os parabéns. Tenho certeza de que o senhor tem o reconhecimento, principalmente da periferia, de onde eu venho, da cidade de Porto Alegre, pelo seu trabalho, sua dedicação e pela vontade que o senhor demonstra em cada ato que faz em favor dessa população. Por isso, em nome da Bancada do PPS, quero agradecer a todos por este trabalho, especialmente ao senhor. (Palmas.)

 

O SR. MARIO MANFRO: Muito obrigado, Ver. Paulinho.

 

O Sr. Nilo Santos: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. MARIO MANFRO: O Ver. Nilo Santos, a quem eu tive o prazer de encontrar, ontem, lá no Brique da Redenção, tem a palavra.

O Sr. Nilo Santos: Ver. Mario Manfro, exatamente por isso estou aqui neste momento. Cumprimento o nosso Secretário Bosio, os senhores que representam neste momento essa grande parcela de trabalhadores na área da saúde bucal. O nosso sorriso é o nosso cartão de visita. Em nome do PTB – Partido Trabalhista Brasileiro, dos Vers. Elói Guimarães, DJ Cassiá e Alceu Brasinha, quero cumprimentá-lo pela ação realizada ontem no Parque Farroupilha, e dizer que pode contar com o apoio da nossa Bancada em tudo o que diz respeito à saúde bucal, como projetos, programas, enfim, para tudo o que o senhor encaminhar, exatamente por tê-lo como representante de toda essa categoria. Parabéns! (Palmas.)

 

O SR. MARIO MANFRO: Muito obrigado, Ver. Nilo.

 

O Sr. Tarciso Flecha Negra: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mario Manfro, parabéns! Quero cumprimentar a Presidente, Verª Sofia Cavedon, e a Mesa. Parabéns pelo trabalho! Eu tenho ido todo ano no Parque Farroupilha, na Marca Gaúcha, que faz um trabalho maravilhoso. Estivemos almoçando juntos lá. Acho que é dessas iniciativas que Porto Alegre e o Brasil todo estão precisando, porque doenças da boca afetam muito os nossos jovens, adultos e idosos. Parabéns, em nome da Bancada do PSD, do Ver. Bernardino Vendruscolo, do Ver. Nelcir Tessaro. Conte com a nossa Bancada, porque estaremos juntos. (Palmas.)

 

O SR. MARIO MANFRO: Obrigado, Ver. Tarciso.

Presidente Sofia, prometo que serei breve, até porque os meus colegas já disseram quase tudo. Quando o Ver. Dr. Raul diz que a saúde tem que ser integrada, eu costumo dizer que nenhum de vocês, até agora, conseguiu ver uma boca caminhando sozinha ou um ser humano caminhando sem a boca. Então, a boca faz, sim, parte do corpo humano. A boca faz parte da saúde. A saúde começa pela boca: é o slogan do CRO. É desnecessário dizer da importância da Odontologia. Quando colegas começam a falar da importância da Odontologia, eu fico pensando: meu Deus, a Odontologia é uma ciência tão antiga! Não precisa falar da sua importância, ela é importante por si só.

Para finalizar, faço uma saudação especial a todos os meus colegas: um grande dia 25 de outubro para todos nós! E apelo para a sensibilidade da Secretaria Municipal de Saúde, do Governo, na figura do seu grande Líder, meu mestre, Ver. João Antonio Dib, para que o Governo se sensibilize e veja que médicos, dentistas... Não vou falar pelas outras categorias, porque não tenho o conhecimento sobre elas como tenho sobre a Odontologia, mas haver uma discriminação, uma dissociação entre médicos e dentistas não é lógico. Apelo para a lógica, para o bom senso: a Odontologia e a Medicina devem ser isonômicas, iguais.

 

A Srª Fernanda Melchionna: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mario Manfro, queria, primeiro, cumprimentá-lo pelo dia de amanhã, que vai ser o dia de todos os dentistas, assim como cumprimento as autoridades representativas da categoria, que compõem a Mesa. Quero falar sobre a importância da luta pela isonomia no serviço público – isso me parece fundamental. Nós vivemos o episódio de apenas ter vindo o abono para a categoria médica; votamos a favor do abono, pois somos defensores de que os médicos sejam valorizados, mas é preciso isonomia para todos aqueles que estão na ponta, como os dentistas municipários da nossa Cidade. Em segundo lugar, defendemos a necessidade de ampliar o número de profissionais dentistas. Sabemos que muitos se formam, valorosos, saindo das faculdades, procurando trabalho, e o serviço público precisa deles, a população brasileira, a população porto-alegrense precisa da ampliação do serviço em atendimentos odontológicos em todas as esferas. Sabemos que, apesar de haver excelentes faculdades no Brasil, essa é uma das áreas mais ressentidas no serviço público, por conta de um descaso histórico com uma categoria fundamental e com um serviço fundamental para toda a população brasileira. Parabéns pela data! Contem com o apoio do PSOL – com o meu apoio e o do Ver. Pedro Ruas – na luta por isonomia e pela defesa de mais dentistas nos PSFs, nas equipes de Saúde da Família e em todas as áreas do serviço de Saúde de Porto Alegre. (Palmas.)

 

O SR. MARIO MANFRO: Obrigado, Verª Fernanda.

Para encerrar, é importante que se frise que este movimento não é um movimento apenas em defesa da classe, não é um movimento eminentemente classista: é um movimento em favor da população de Porto Alegre. Cito, apenas como exemplo, o último posto de saúde que visitamos: 450 casos para a Endodontia – tratamento de canal – estavam reprimidos. Imaginem um tratamento de canal significador; imaginem ficar 30, 40, 50, 60 dias, 6 meses com dor de dente. É a mesma coisa que dizer: meu filho, procura outro lugar, extrai esse dente. E aí nós não vamos ser a cidade-sorriso, mas a cidade dos desdentados. Obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Fiz questão de usar o período de Comunicações, Ver. Todeschini, porque nós, enquanto Comissão de Saúde e Meio Ambiente – e o Secretário Adjunto Marcelo é testemunha –, temos andado por esta Cidade, visitado todos os serviços da área da Saúde, e percebemos a enorme importância que tem o serviço de odontologia junto às Unidades e aos PSFs.

Percebemos nessas visitas, Ver. Beto Moesch, que ainda há uma deficiência enorme desses serviços, que poderiam ter sido melhorados quando da implementação do Programa Nacional, junto ao Governo Federal, para a criação dos CEOs, e, na verdade, muitos não foram efetivados. Esses Programas poderiam ser melhorados quando da implementação do IMESF, que, infelizmente, já tem três meses de atraso para a sua implantação; ainda não saiu a licitação para o concurso público. Portanto, é justa a reivindicação que os profissionais fazem. Só teremos retorno deste assunto no dia 31, quando o Secretário de Saúde aqui estiver.

Mas creio, Ver. Mario Manfro, que essa iniciativa de termos a Semana da Saúde Bucal é exatamente para salientar o quanto é importante e necessário esse serviço na grande maioria das Unidades de Saúde ou dos PSFs, termos um serviço de odontologia.

Nós percebemos claramente que menos 5% da população brasileira tem acesso a esses serviços, e poucos são os programas voltados à área da Educação. Se ensinarmos as crianças, já no Ensino Fundamental, através de um programa de combate às cáries, já estaremos, sim, fazendo uma enorme prevenção, ensinando-as não só a escovarem os dentes, como a combaterem o tabaco. São muitos os programas que devem caminhar nessa direção, que também serão para atender aos milhares de profissionais que se formam anualmente, e que esperam uma atitude do Poder Público para poderem inserir esse programa dentro das políticas públicas. Creio que é uma enorme iniciativa, mas não podemos deixar de, num momento tão importante como este, de comemoração da Semana e divulgação das atividades, elencar o que ainda está faltando.

 

O Sr. Carlos Todeschini: Agradeço à Presidente Sofia, ao Ver. Oliboni, pelo aparte e, ao mesmo tempo, cumprimento-o pela manifestação. Saúdo o Marcelo Bosio, que representa a Secretaria. Em nome do Andrew e do Borella, cumprimento o Sindicato, e também o CRO, pois quando presidi a Comissão, tivemos a oportunidade de estar lá visitando essas entidades. Também quero reconhecer a importância e a qualidade da Odontologia brasileira, que está entre as melhores do mundo, sendo que temos um destaque todo especial em Porto Alegre e no Rio Grande do Sul. Falo isso porque precisamos fazer com que essa qualidade também seja acompanhada da implantação na rede pública. Sei do esforço da Secretaria, mas também temos que reconhecer o enorme atraso que tivemos em termos de Saúde pública durante esses anos, quando não foram, por exemplo, implementados os programas do Governo Federal, que foram disponibilizados, e que somente agora começam a tomar algum corpo e alguma forma, estendendo a Saúde pública para a grande maioria da população de Porto Alegre. Obrigado, Ver. Oliboni.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Faço questão de salientar que nós nos somamos ao grito da área da Odontologia, às reivindicações da área da Odontologia, para que esses profissionais possam ser valorizados, como foram os da área médica, para que eles possam ter acesso, e que os programas sejam, de fato, assumidos pelo Governo Federal, pelo Governo do Estadual, pelo Governo Municipal. Que essas parcerias aconteçam de fato, e que, a cada dia que passa, possamos ter novas comemorações, um novo equipo, um novo serviço, e que uma nova comunidade seja incluída no Programa de Prevenção. Portanto, é para nós um momento de extrema alegria recebê-los aqui e dizer que, com a vinda do Manfro, esse assunto teve uma acentuação maior na discussão desse Programa. Esperamos que, na prática, os Governos possam implementar, criar novas possibilidades, mas, mais do que isso, fazer com que o cidadão, criança ou adulto, tenha acesso a um serviço público de saúde de qualidade, mas, principalmente, enfatizando a prevenção e o combate ao câncer de boca, que se prevenido quando ainda criança, pode ter um possível problema futuro.

Nesse sentido, somamo-nos a esta homenagem e a esta iniciativa, conclamando o Poder Público para que, a cada dia, amplie os serviços para a população, incluindo os profissionais dessa área. Parabéns, e muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Sr. Gilson Beltrão, Coordenador do Comitê de Entidades da Classe da Odontologia – CECO, está com a palavra.

 

O SR. GILSON BELTRÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Falar a respeito da Odontologia, hoje, muito me gratifica. Em primeiro lugar, por ser a minha vocação verdadeira; em segundo lugar, por ter sido agraciado e reconhecido com o Certificado de Inscrição Remida e Honra ao Mérito da Odontologia Gaúcha; em terceiro lugar, por ter sido escolhido pelas nossas entidades para representá-las nesta data.

Falar a respeito de saúde nos dias de hoje, mais precisamente de saúde bucal, não é nada fácil. Há filas nos postos, há hospitais lotados, pessoas morrendo sem atendimento, enfim, um verdadeiro caos. Em face dessas colocações, fica uma pergunta: será que nós, enquanto sociedade, estamos fazendo a coisa certa? Com tantos erros, tantos desperdícios, será que não deveríamos refletir se o caminho trilhado até agora é o certo? Quando vimos, na mídia, os responsáveis falando a respeito desses problemas, de uma forma simplória e desconectada, dizendo: “os órgãos reguladores estão resolvendo, as centrais de marcação estão atuando”, pensamos, de imediato, acho que vivo uma outra realidade. Isto não é uma verdade.

A Odontologia não é diferente, ou seja, enfrenta os mesmo problemas que a própria Medicina. Talvez ela não chegue na mídia de forma tão forte, porque, infelizmente, ou felizmente, para nós, não mate ninguém – desculpem a palavra forte –, por enquanto, mas poderá chegar lá um dia.

O CRO, em conjunto com o Ver. Mario Manfro, fez uma visita aos postos de saúde de Porto Alegre e constatou uma série de problemas; alguns foram resolvidos, outros não. Em face disso, resolvemos visitar alguns, e, pasmem, encontramos problemas de infraestrutura, de biossegurança, e de ordem física. O local onde nós trabalhamos, o Pronto Socorro Municipal de Porto Alegre – e, infelizmente tenho que usá-lo como exemplo, até porque não difere dos demais – deveria ser um exemplo de estrutura, mas não é. As condições são precárias quanto à higiene, o instrumental é precário, os aparelhos são precários. Para terem uma ideia, a cadeira que utilizei no último plantão de atendimento, que tem seguramente uns quinze anos, estava com esparadrapo para o refletor não cair. Isso deve ser idêntico em outros postos. Como trabalhar assim? Muitas vezes é impossível, às vezes é possível.

Há um descuido incrível com pessoas que trabalham também nessas áreas. Não há um local adequado para repouso; os banheiros, por incrível que pareça, são um vexame. Como posso exigir postura e biossegurança a alguém, se eu não realizo esses atos? Onde fica o exemplo?

Precisamos, Srs. Vereadores, dar um basta urgentemente nessas coisas, que são simples de resolver: tornar o ambiente de trabalho mais digno de ser utilizado. Não necessitamos de luxo; necessitamos de reconhecimento, de sermos ouvidos, e de planejar em conjunto.

Saibam todos que a Odontologia, como instrumento de saúde, saúde mesmo, como bem salientou o nosso nobre Vereador Mario Manfro, está esquecida. Exemplo disso, citando apenas Porto Alegre, novamente, nós temos uma população ao redor de 1 milhão e 200 mil ou 1 milhão e 300 mil pessoas. Dessas, talvez 400 mil utilizem o serviço de Saúde pública – talvez mais, talvez menos, mas ao redor de um terço. Quantos dentistas a Prefeitura possui? De 110 a 160. O que recomenda a Organização Mundial da Saúde? Recomenda um dentista para mil pessoas. E nós temos um dentista para 4 mil habitantes em Porto Alegre! Se a situação é assim em Porto Alegre, que possui uma estrutura razoável, imaginem vocês como será ou como é em áreas menos aquinhoadas! A bem da verdade, o Governo Federal tem, nos últimos anos, através do seu Ministério da Saúde, buscado uma alternativa para minimizar os problemas de saúde bucal da população; vem propondo ações, estimulando os Estados e Municípios a se engajarem em uma nova prioridade, que é a promoção da saúde bucal da sua população.

É possível observar alguma mudança no perfil demográfico e na prevalência das doenças no âmbito da saúde bucal. Para tanto, é mister que os Municípios ofereçam acesso aos serviços e cuidado longitudinal aos seus habitantes, mas ainda achamos isso muito pouco. Na verdade, para nós, a saúde bucal encontra-se na UTI, e utilizarei Porto Alegre como exemplo, mais uma vez, porque é aqui que eu vivo essa situação, e digo que os serviços colocados à disposição da população – CEOs, PSF, postos e outros – não têm condições de atender à demanda necessária dessa população, atendendo apenas aqueles escolhidos.

Precisamos de mudança, e, para isso, a Odontologia e as entidades estão à disposição para ajudar na busca de alternativas que possam melhorar o sistema. Às vezes, é difícil de entender – e aqui é uma crítica, na minha opinião, um tanto quanto severa – como Governos possibilitam a abertura indiscriminada de faculdades de Odontologia sem nenhum estudo econômico-social e mantêm nos seus quadros – e o Governo, em seu todo – cirurgiões-dentistas de uma forma pífia. Como isso é possível? Em 2004, o Ministério da Saúde implementou a política nacional, efetivando os Centros de Especialidades Odontológicas – Muito bem! – através de incentivo financeiro aos Municípios. Esses Centros têm a função de garantir a integralidade da atenção em saúde bucal das pessoas, propiciando ações contínuas, primeiramente iniciadas nas Unidades Básicas de Saúde, viabilizando a construção de uma rede de serviços capazes de responder positivamente às necessidades da população. Isso, em 2004! Quase oito anos depois, o que acontece? Um contrato aqui, um CEO lá, outro ali... Usar as faculdades de Odontologia como CEO em detrimento de vagas para cirurgiões-dentistas? Qual o perfil que o Ministério da Saúde busca da sua população? Aquele que o Diretor da faculdade determina, ou aquele que o Ministério da Saúde tem que determinar? O paciente necessita tanto desse atendimento, que ele nem se importa de ser atendido por alunos!

No contexto dessa atenção em saúde bucal no País, a Cidade de Porto Alegre, por incrível que pareça, orienta-se, de forma pioneira, pelos princípios da integralidade, universalidade, equidade, hierarquia e participação comunitária. A atenção odontológica abandona um perfil individualista, de livre demanda e preocupa-se somente em tratar sequelas das doenças, sem interferir em suas causas, e adota uma lógica capaz de promover mudanças sustentáveis em saúde bucal. Amplia-se a compreensão sobre a inter-relação dos fatores determinantes das doenças, extrapolando-se o campo biológico e relacionando-se ganhos da saúde a mudanças sociais, econômicas e políticas.

Bonitas as palavras, não é? Mas e aí? Por tudo isso, também se considera que a rede da Atenção à Saúde Bucal tem que contar, como bem disse o nosso Ver. Mario Manfro, com especialistas profissionais, estes, sim, plenamente capazes, qualificados para atuar na diversidade presente, no coletivo dos munícipes das cidades, não só de Porto Alegre, mas de todo o Rio Grande do Sul. (Palmas.)

Srs. Vereadores, quem comunica isso é uma comissão que vive o dia a dia nos locais de atendimento; portanto, urge que ela seja ouvida! Vejam, Srs. Vereadores e colegas aqui presentes, por incrível que pareça, os profissionais que ora trabalham na Rede dos Municípios não são considerados especialistas, mas o Poder Público exige que atuem como tal. Isso é justo? Isso é ético? Quando o Poder Público não acena com atualização de suas atitudes, prevalecendo o status quo, isso é preocupante, é não valorizar aqueles que são seus.

O Poder Público tem que entender que a saúde de um povo inicia-se pela boca. Não é à toa que, no exame médico, o profissional examina a boca do paciente e solicita: “Abre a boca, põe a língua para fora”. Sabem por quê? Porque ali podemos ter várias respostas a várias doenças.

Temos várias ideias a respeito do atendimento aos munícipes, independentemente do que já existe. Na Zero Hora de ontem, por exemplo, foram levantadas várias suspeitas a respeito de convênios entre Governo e sociedade, mas também foi ressaltado que existem muitas ONGs e OSCIPs sérias. Talvez essa seja uma forma de ampliar o atendimento. Não considero as ONGs o ideal para o atendimento à saúde; acho que cooperativas específicas para a saúde bucal, onde o próprio Cirurgião-Dentista faz a administração das necessidades seriam mais próximas do ideal. O Governo seria o fiscalizador, através de supervisores exclusivos, e os relatórios oriundos dessa fiscalização determinariam o aumento, ou não, dos recursos para aquela área. Isso, senhores, é apenas uma ideia. Tenho a convicção de que, se chamarmos a classe odontológica para participar desse grande desafio de atendimento à população, nós teremos outras grandes ideias.

Termino esta fala, convidando os Srs. Vereadores para uma caminhada em direção a uma Odontologia ao alcance de todos. Precisamos buscar recursos junto ao Governo Federal. Vamos lembrar que os Senadores, Deputados Estaduais e Federais estão exercendo seus mandatos porque a estrutura partidária dos Municípios assim trabalhou, e os senhores têm esse poder. Exerçam esse direito e permitam que o seu povo tenha uma oportunidade de terem uma atenção à saúde bucal mais digna.

Por outro lado, nós, da classe, estamos firmemente imbuídos em defender aquilo que achamos digno para as nossas atividades. Fica aqui um convite para que façamos uma caminhada e uma frente em favor da saúde bucal desse povo. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Sr. Marcelo Bosio, Secretário Adjunto da Saúde, está com a palavra.

 

O SR. MARCELO BOSIO: Boa-tarde, Srª Presidente da Câmara, Verª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores; Ver. Mario Manfro, a quem parabenizo por ter proposto esta audiência; Andrew, Flávio, Dr. Fernando, João, representantes da classe odontológica – acho que estamos bem representados –, a quem parabenizo não só pelo dia de amanhã, mas também pelo evento que podemos comemorar. Embora a Prefeitura, através da Secretaria Municipal de Saúde, não tenha conseguido dar o destaque que merece à questão da saúde bucal, eu lembro que, quando o Prefeito Fortunati assumiu, junto com o Dr. Casartelli, uma das primeiras audiências que tive nesta Casa foi na COSMAM, onde tivemos uma audiência pública tratando sobre a questão da Odontologia em que foram elencados várias problemas. O Dr. Gilson falou da vistoria que foi feita em todos os locais, em que era cobrada uma postura diferente da Secretaria.

Desde aquele dia, avançamos em algumas questões. Volto a reforçar que não colocamos ainda a saúde bucal no destaque que ela precisa, mas já temos alguns avanços, como a nomeações de profissionais, como a questão de nomeações de auxiliares de saúde bucal, como a questão de nomeações de técnicos em saúde bucal, projetos para poder avançar; dobramos o número de equipes em saúde bucal no Programa de Saúde da Família no Município de Porto Alegre; reformamos e reabrimos o CEO na Vila dos Comerciários; está vindo um projeto para a Câmara para abrirmos o CEO do IAPI. Estamos trabalhando na questão da implantação do programa de prótese dentária, e eu acho que é uma necessidade de a gente poder avançar. Criamos uma comissão para um dos principais problemas que tínhamos, de avaliação dos materiais odontológicos, que visava qualificar não só a questão da manutenção, mas a questão dos equipamentos e toda a compra desses materiais. E estamos trabalhando também numa comissão para organizar a questão do plano de cargos e salários da classe odontológica, principalmente o reconhecimento das especialidades. Esse é um compromisso que assumimos. Embora estejamos um pouco longe ainda da nossa realidade e da necessidade que a população de Porto Alegre tem em termos de saúde bucal, há o compromisso da Secretaria de avançar cada vez mais nessa área, porque eu acho que temos necessidade, temos espaço para crescer e podem ter certeza de que há a vontade do Governo de fazer isso.

Então, eu quero parabenizar pela organização da Semana. Eu acho que é uma luta que deve ser perseguida; tem que cuidar mesmo, tem que ter essa iniciativa. Temos certeza da excelência dos profissionais que nós temos vinculados ao serviço público e que têm trabalhado incessantemente para que consigamos ter uma saúde melhor. É esse espírito e essa qualidade dos nossos profissionais, atuando em conjunto com a gestão num processo de planejamento, para podermos fazer o monitoramento e a avaliação e buscarmos esses projetos e as linhas de financiamento, que nos permitirão levar a cabo uma qualidade e uma prestação de serviço à população. Eu acho que esse é o intuito e é isso que nós temos que comemorar também. As dificuldades existem, são reais e não são só nessa área. É uma área importante e nós temos que trazer isso para o foco do debate, porém algumas ações já têm trazido resultados, e há, com certeza, o empenho da Secretaria e do seu conjunto de trabalhadores para que possamos avançar cada vez mais.

Então, quero parabenizar todos os cirurgiões-dentistas pela data de amanhã. Eu acho que temos alguns avanços a serem comemorados, mas há uma reflexão para fazer durante esta Semana e que, com certeza, em conjunto, nós temos muito a avançar. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada, Dr. Marcelo. Agradeço as honrosas presenças de todos, dos colegas municipários, dos cirurgiões-dentistas e das representações das entidades; Ver. Mario Manfro, parabéns pela iniciativa. Encerro esta homenagem, dizendo que a nossa expectativa é que, quem sabe, o cargo de cirurgião-dentista seja o primeiro, de fato, a receber um tratamento de carreira. A Câmara tem uma grande expectativa de que se passe desses momentos dos abonos e das gratificações específicas, e que se valorize, de fato, a capacitação e a experiência dos nossos colegas. Então, esse anúncio será muito bem-vindo, tenho certeza, e, se assim se concretizar, pode ser a grande comemoração desta Semana da Saúde Bucal. Um abraço a todos vocês, e parabéns por essa bela luta, que é de interesse de todos.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon – às 15h1min): Estão reabertos os trabalhos. Vou pedir licença para os demais inscritos em Comunicações para podermos viabilizar a Tribuna Popular, porque adiantamos a homenagem em respeito a todos os profissionais que aqui estavam; depois, nós concluiremos o período de Comunicações, apesar disso não respeitar muito o Regimento.

Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Comissão Executiva da Semana Municipal do Hip-Hop ocupará a Tribuna Popular de hoje e tratará de assunto relativo ao Orçamento 2012. Convido para compor a Mesa conosco o Carlos Cristiano Gonçalves, o Leandro Francisco Sere da Rosa e o Wagner Luís Machado Ferreira.

O Sr. Jorge Cristiano Oliveira de Oliveira, Coordenador da Comissão, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.

 

O SR. JORGE CRISTIANO OLIVEIRA DE OLIVEIRA: Inicio a minha fala, saudando a Presidenta da Casa, Verª Sofia Cavedon, e os demais Vereadores que se fazem aqui presentes. Também gostaria de dizer que sou solidário à questão da higiene bucal, porque o sorriso é a carta de apresentação de cada pessoa, e ela tem que estar perfeita.

Senhoras e senhores desta Casa, venho me manifestar em nome da cultura hip-hop na forma da Comissão Executiva da Semana Municipal do Hip-Hop 2011. Minha fala vem para relatar às senhoras e aos senhores as grandes dificuldades encontradas na realização da Semana Municipal do Hip-Hop – Lei nº 057, de 2007, apresentada pelo Ver. Sebastião Melo, construída em conjunto com ativistas da cultura hip-hop, assim como a Emenda nº 22, apresentada pela Verª Sofia, em 2010, aprovada por unanimidade, e que previa R$ 65 mil para a Semana Municipal do Hip-Hop, de 2010, apontando de onde viriam esses complementos, que não nos foram disponibilizados em 2010. Tivemos apenas R$ 31 mil disponíveis, o mesmo que tivemos neste ano, 2011. Por conta disso, gostaríamos de pedir que fossem colocados na LDO, de 2012, R$ 35 mil destinados a Semana do Hip-Hop, já que a Secretaria Municipal de Cultura nos repassa R$ 30 mil.

A cultura hip-hop do Estado é referência, no País, em trabalho social, cultural, político e artístico. Aprovamos duas leis, uma estadual e outra municipal, ambas servem de base para a organização de mais dez Municípios do Estado, que também já aprovaram suas leis. Temos o nosso trabalho reconhecido pela Minc, pelo Governo Federal, através do Prêmio Nacional de Hip-Hop Preto Góez de 2010, que contemplou vários ativistas da cultura do Estado. Entregamos o projeto da Semana Municipal do Hip-Hop de 2011 com pelo menos quatro meses de antecedência, com valores, atividades socioeducativas e artísticas nas quatro regiões da Capital. Num primeiro momento, foi nos dito que a Cultura estava com sua verba contingenciada em R$ 270 mil. Fomos até o Secretário Sergius Gonzaga, que, em reunião, se comprometeu com a realização da Semana Municipal de 2011 e que, para o ano de 2012, receberíamos um reajuste sobre a inflação, nos valores da Semana Municipal do Hip-Hop. Após essa reunião, fomos chamados para uma reunião com o Luti, Coordenador da Descentralização de Cultura, na qual ficamos sabendo que não teríamos verba alguma para a Semana Municipal do Hip-Hop de 2011.

Após isso, fomos chamados novamente, na sexta-feira, dia 30/09, e nos foi dito que teríamos os valores liberados. Não aguentamos mais esse vaivém, esse jogo de empurra-empurra. Por esse motivo, vimos até os senhores e as senhoras da Câmara, pedir por respeito e por outros direitos que a Constituição nos garante, que não acontecem.

O hip-hop transversaliza com vários movimentos, o das moradias da Restinga, Pinheiro, Viamão, Cohab, Rubem Berta, Bom Jesus, Cohab Cavalhada, Gravataí, Cruzeiro e outras comunidades, com o movimento estudantil e com o dos sem-terra, que, como nós, do hip- hop, gostariam que as leis, em especial a Lei nº 057,de 2007, fossem cumpridas.

Volto a ressaltar que gostaríamos que fosse colocado na LDO de 2012 o valor de 35 mil reais para complementar os valores da verba municipal no evento que tem a duração de um mês, com atividades descentralizadas em todas as regiões da Capital, com oficinas socioeducativas, debates, shows, campeonatos de dança, palestras, que potencializam a prevenção à drogadição, violência e evasão escolar.

Para realizarmos um evento com maior qualidade e recursos, outro problema que tivemos é que os valores sempre são contingenciados, ocasionando um atraso no evento.

Desde a sua aprovação, há cinco anos, a Semana Municipal nunca aconteceu na data correta. Tudo que queremos é que seja cumprida a Lei. E pedimos que se tenha maior atenção com todos os outros movimentos sociais oriundos ou que defendem os direitos das comunidades. Todos queremos o que é nosso por direito, por isso contamos com as senhoras e senhores da Câmara de Vereadores.

Desde já, agradecemos em nome da Comissão Executiva da Semana Municipal do Hip-Hop, que representa também o Fórum Permanente do Hip-Hop.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Sr. Wagner Luís Machado Ferreira está com a palavra.

 

O SR. WAGNER LUÍS MACHADO FERREIRA: Primeiramente, boa tarde à Casa, a nossa Presidente e a todos os Vereadores. Eu venho aqui enfatizar o grande objetivo da cultura hip-hop, muitas pessoas não sabem o grande objetivo que é a tecnologia e o instrumento de mudança social globalizado, pois o hip-hop não é só feito em Porto Alegre e não salvou almas só em Porto Alegre, mas, sim, no mundo todo. Eu peço essa atenção da Casa referente a essa tecnologia, que está à disposição nas comunidades, dentro dos presídios, está em todas as favelas do mundo. E vocês, como Poder Público, têm que prestar atenção e se focar nessa mudança.

Hoje estou aqui como um jovem normal, já fui ex-traficante, mas ganhei o Prêmio Açoriano de Música de 2011, como melhor intérprete e compositor, e como melhor disco do ano também, então, quem me salvou foi o hip-hop – não foi a educação, a verdade é essa, porque a educação que tive dentro do hip-hop expandiu a minha educação como pessoa. Hoje estou no 5º semestre de Administração, e sou uma pessoa que conseguiu vencer dentro de uma cultura tão marginalizada. Essa é a verdade.

Então, peço que os senhores, para o Orçamento de 2012, ampliem o nosso Orçamento para R$ 35.000,00. O nosso interesse não é só em gerar produto ou renda, mas sim resgatar almas e vidas. Esse é o grande objetivo do hip-hop.

No próximo dia 28, na Usina do Gasômetro, estaremos trazendo 27 grupos do Estado do Rio Grande do Sul; são 27 grupos que fazem o resgate nas suas regiões e estarão na Capital transmitindo e passando essa informação. Esse é o grande objetivo da Semana do Hip-Hop de Porto Alegre e de todas as semanas que acontecem pelo mundo.

O rapper Fifty Cent, o MV Bill, o Jay-Z, o Dr. Dre, e outros milhares, foram salvos pelo instrumento de cultura hip-hop. Eu, e muitos amigos aqui tivemos acesso ao crime, eu sou do bairro Rubem Berta, e, na semana passada, saiu uma estatística dizendo que é o bairro mais violento na Capital. E nós fazemos atividades 24 horas por dia dentro do bairro, tentando mudar essa visão e tentando mudar a vertente de violência que existe lá.

Então, cabe a vocês, a nós, para que, em conjunto, possamos fazer a diferença. Certo, pessoal? Aqui deixo a minha fala e agradeço pela atenção.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Wagner é mais conhecido no hip-hop como W Negro, e ele foi premiado.

E já quero deixar registrada a presença dos nossos estudantes da ACM – 51 alunos do 1º ano do Ensino Médio – são muito bem-vindos, e eles vêm acompanhados dos Professores Gustavo Tricot e Anna Luisa Duarte.

Nós estamos no período da Tribuna Popular e tivemos a fala de dois representantes da Comissão Executiva da Semana do Hip-Hop, que reivindicam recursos para que a Semana aconteça a contento.

A Verª Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Srª Presidente, Verª Sofia Cavedon, eu queria cumprimentar todos os artistas que estão aqui fazendo esta bela mobilização, na pessoa do Jorge e do W Negro, o Wagner, e que lutam pelo hip-hop na cidade de Porto Alegre. Na verdade, eu gostaria de dizer duas coisas e por isso pedi Liderança. Primeiro, quero explicar aos Vereadores – falava agora com o Líder do Governo, Ver. João Antonio Dib – sobre a importância do hip-hop como uma expressão cultural, sobretudo nascida nos bairros periféricos do nosso País, que, a partir das expressões artísticas do rap, do grafite, do esqueite e de outras formas de expressão da cultura desses jovens, tem um papel fundamental para uma expressão cada vez maior da juventude porto-alegrense e do nosso País. E queria dizer que, de fato, é inaceitável que nós estejamos discutindo R$ 65.000,00, que para o Movimento hip-hop é muito para garantir as oficinas dos dias 28, 29 e 30, para garantir a execução da lei votada em 2007 – estamos em 2011 –, por esta Câmara, para garantir aquilo que foi votado no Orçamento Municipal, que não foi cumprido até agora, mas que para os cofres municipais é quase nada. Quem conhece o Orçamento da Prefeitura de Porto Alegre – e eu conheço todos os Orçamentos, estudo e faço emendas para discutir as prioridades do nosso Município –, sabe que R$ 65.000,00 não chegam a 5% do que é gasto com as verbas para publicidade, Ver. João Antonio Dib. Qualquer um que estude o Orçamento da Prefeitura de Porto Alegre sabe que para pagar a folha de pagamento dos Cargos em Comissão, os CCs, se gastam R$ 30 milhões, em média, ao invés de priorizar os concursos públicos e fortalecer o serviço público, um debate que viemos fazendo ao longo desses anos aqui nesta tribuna. Então, enquanto R$ 65.000,00 para os cofres da Prefeitura é quase nada, para salvar a Semana do Hip-Hop, para garantir que aqueles que trabalham com voluntariado com uma expressão da cultura da nossa população, é imprescindível. Antes de dizer dos enormes desafios que nós temos que assumir como Câmara Municipal, eu queria dizer da importância da cultura para a juventude brasileira e porto-alegrense; uma juventude de um país como o nosso, que é a 7ª economia do mundo, mas que, ao mesmo tempo é a juventude que mais mata e mais morre, porque a violência chega antes; uma juventude da 7ª economia do mundo, na qual 35% dos jovens largam o ensino médio, porque são obrigados a trabalhar desde jovens; uma juventude como a nossa, da 7ª economia do mundo, que pena para conseguir o primeiro emprego, que padece para ter atividades culturais nas periferias da nossa Cidade; uma juventude como a nossa que, enquanto nós estamos falando aqui, pelas estatísticas do Brasil, tem um jovem sendo violentado, justamente por um sistema extremamente desigual que, ao mesmo tempo em que garante lucros recordes para os banqueiros, que garante desvios milionários das verbas públicas em várias esferas... Recentemente, no Ministério dos Esportes, nós vimos que a juventude brasileira não tem sequer o recurso necessário para garantir uma Semana Municipal do Hip-Hop aqui na cidade de Porto Alegre. Infelizmente não é um demérito só daqui, mas é fundamental a gente fortalecer essa luta que o Movimento tem feito, para que a juventude seja respeitada, para que a juventude seja levada a sério, para que a população veja e se solidarize com essa luta, porque “a juventude não quer só comida; quer comida, diversão e arte”, porque a juventude tem direito de ter voz e ter vez. Porque é fundamental que, diante dessas estatísticas lamentáveis de acesso ao Ensino Médio, ao Ensino Superior, ao primeiro emprego, à possibilidade de cultura, à epidemia do crack, que consome os jovens porto-alegrenses, o Poder Público faça o mínimo e, neste casso, o mínimo são R$ 65.000,00.

Queria cumprimentar os jovens da ACM, e dizer que essa revolta aqui na tribuna é, de fato... Porque é inaceitável que nós estejamos, hoje, no final do mês de outubro, e uma verba tão pequena ainda não tenha sido executada para garantir uma oportunidade para os jovens do hip-hop, uma oportunidade para os bairros citados pelo Wagner, pelo Jorge. Então, eu queria propor, para encaminhar, Srª Presidente, uma reunião imediata, Ver. João Antonio Dib, Líder do Governo, com a Secretaria da Fazenda, para que seja executada esta verba ainda este ano com o compromisso desta Câmara de que todas as Bancadas assinem uma emenda de módicos R$ 35.000,00 para o Orçamento do ano que vem, mas que pode ajudar a salvar muitas vidas, a descentralizar a cultura e permitir um futuro diferente para a juventude porto-alegrense.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhores presentes, especialmente nossos alunos e nossos jovens do hip-hop que estão conosco na tarde de hoje, trago uma saudação toda especial ao pessoal da nossa Comissão Executiva da Semana Municipal do Hip-Hop. Quero dizer que sou o Relator-Geral do Orçamento para 2012 e que precisamos pedir verbas no Orçamento geral, já que a LDO, da qual também fui Relator, já foi aprovada. Então, o nosso caminho é o Orçamento.

Eu conversava com a Verª Fernanda Melchionna para que se faça, capitaneado por V. Exª, uma emenda para esse pedido que eu escreverei favoravelmente. E, quando nós tivermos a votação favorável na Comissão, isso facilitará bastante quando da aprovação no Plenário. E vamos esperar, Verª Melchionna, que todos os Vereadores de Porto Alegre assinem isso, até porque nós, e eu também, recebemos, praticamente todos os dias, entidades pedindo emendas, e todas elas têm fundamento e alto fundamento social para a cidade de Porto Alegre. Só que o cobertor é curto, Ver. João Antonio Dib. Toda vez que se oferece verba para uma área, temos que tirar de outra. Por que vou aceitar esta emenda e vamos fazer uma emenda para o hip-hop? Como um reconhecimento ao que é e ao que expressa essa arte na cidade de Porto Alegre; e será um reconhecimento ao jovem de Porto Alegre, um reconhecimento muito especial ao jovem da periferia de Porto Alegre. Eu não quero dizer com isso que não há outras manifestações também fora da periferia, mas esse é um Movimento que se expressa com a maior grandiosidade lá na periferia. E vocês, meus caros jovens, fazem o trabalho que é preciso fazer, desenvolvem atividades de lazer, arte, e ela, por si só, se transforma num elo que liga a arte, a cultura, o lazer, o saber e o fazer o bem para a nossa juventude de Porto Alegre.

Por isso, minha cara Verª Fernanda Melchionna, encaminhe a emenda, busque a assinatura de todos nós, que eu vou assinar também. Eu poderia estar aqui dizendo que eu vou fazer uma emenda, mas acho que deve ser uma emenda coletiva, de toda a Câmara, como a expressão de um reconhecimento de o que é o jovem de Porto Alegre. Vocês pediram que nós prestássemos atenção, e estão certos. Toda autoridade jovem, adulta, nem tão jovem ou mais idosa, necessariamente, precisa buscar alternativas e questões que levem e elevem a juventude àquele patamar de sonho que nunca é atingível, mas que é um sonho que precisa ser expresso, que precisa ser sonhado, para que o nosso País tenha melhores dias no futuro. Parabéns! Acho que a luta é importantíssima não só para vocês, mas para toda a cidade de Porto Alegre; não só para os jovens, mas também para nós, nem tão jovens assim. Um abraço a todos e obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. DJ Cassiá está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. DJ CASSIÁ: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, estudantes, imprensa, Mano, do Movimento hip-hop, meu salve a vocês! Quero começar o meu pronunciamento, dizendo ao pessoal do Movimento hip-hop, os irmãos, que infelizmente, neste País, pouco se discute investimento em cultura; ou, dizendo melhor, quase nada se discute sobre investimento em cultura. Parece que a cultura não faz parte da educação, do desenvolvimento e, principalmente, de um dos pontos mais críticos que enfrentamos hoje dentro das comunidades carentes, que é a prevenção. Prevenção! Não vejo, tenho dificuldade para enxergar políticos, defendendo investimento na cultura, tenho dificuldade para enxergar! E eu ainda estou enxergando – eu enxergo muito bem –, mas não enxergo investimento na cultura.

 

(Aparte antirregimental do Ver. Nilo Santos.)

 

O SR. DJ CASSIÁ: É verdade, Ver. Nilo Santos, é verdade! Cultura elitizada eu ainda vejo. Por quê? Um país onde, de 12 meses de trabalho, 6 meses são para pagar impostos, impostos! Vai para impostos, morto! Dificilmente eu vejo e eu vou dar um exemplo a vocês, estudantes. Os “mano” aqui do hip-hop sabem o que eu vou falar! Dificilmente, para não dizer que quase não vi ou que nunca vi, por exemplo, a Petrobras dentro de uma comunidade carente, dentro da periferia, investindo em cultura popular. E lá fica a nossa Receita, lá fica a arrecadação, Ver. Tessaro, e eu não vejo a Petrobras lá! Agora, eu vejo a Petrobras, muitas vezes, patrocinando a cultura elitizada.

 

(Aparte antirregimental do Ver. Nilo Santos.)

 

O SR. DJ CASSIÁ: É, aparece na Globo, porque a maior parte dos artistas que levam esse “bolo” são os que têm vínculo com a própria Globo. Exatamente! Não são vocês da periferia, nem eu, da periferia. Eu mesmo, ontem, estive na Vila Bom Jesus, encontrei vocês lá, no Movimento da Bom Jesus, lá no campo; logo em seguida, eu subi para o Morro da Polícia, tinha o “Domingo Alegre”. Saí do Morro da Polícia, fui lá para a Glória, onde tinha o “Domingo Alegre”, mas não tem nada a ver com investimento ou com questão de governo. É a mobilização dos “irmão” na comunidade, senão não tem nada, senão não tem cultura na comunidade. Infelizmente, não tem!

Quero dizer aqui, que, em 2009, vocês corriam o risco de ficar sem nada dentro do Orçamento. Eu sentei com alguns companheiros aqui, colegas, Ver. Toni Proença, e disse: “Olha, o Movimento hip-hop não pode ficar sem a sua contribuição, porque há uma proposta de questão social”. E eu quero dizer a vocês, meus irmãos, Mano Guará, quero dizer aqui que não adianta eu fazer uma emenda aqui de R$ 200 mil, R$ 100 mil, R$ 10 mil, mil reais, sem consultar quem tem o dinheiro, sem sentar com quem tem o dinheiro. Eu gostaria, como qualquer um dos colegas aqui, de dar R$ 500 mil, R$ 600 mil, um milhão de reais. Eu quero dizer aqui que eu poderia usar da demagogia, dizer que eu vou assinar uma emenda de R$ 300 mil; eu estaria fazendo demagogia e jamais vou fazer isso; jamais! Tanto que a Emenda que eu apresentei no Orçamento de 2009, para 2010, foi de R$ 35.000,00 para vocês, Emenda minha, do funkeiro DJ Cassiá. Eu tenho um respeito muito grande pelo Movimento hip-hop. A Emenda foi minha, acertada com o Prefeito. Eu saí daqui, fui lá, sentei com o Prefeito e disse: “Prefeito, quero apresentar uma Emenda, mas quem tem o dinheiro é o senhor, eu quero apresentar tanto”. E ele disse: “Tanto nós não temos condições, mas tanto está aprovado e será liberado, eu vou autorizar e liberar”. Foram os R$ 35.000,00 do ano de 2010. A Emenda é minha, com o apoio dos meus colegas Vereadores desta Casa.

Para finalizar, Presidente, eu quero dizer a vocês que esse valor de R$ 65.000,00 não é o suficiente, eu sei que não é, mas eu acho que temos que nos mobilizar independente – e já está acontecendo isso – de segmento cultural, temos que nos unir mais, temos que nos fechar mais e buscar aquilo que realmente é nosso por direito, porque quem paga impostos é aquele que sai da periferia às 5 da manhã, pegando o ônibus, pagando à vista... São aqueles que não sonegam, são aqueles que não têm como sonegar, porque já vem descontado o imposto ali na carteirinha, meu compadre, e que não têm também como tirar daqui, porque não têm cargos, aqueles cargos elevados.

Então, queremos o que é nosso de direito, o que significa respeitar os nossos direitos. E vocês estão dentro do direito de vocês. Sou parceiro de vocês para a reivindicação, mas vamos sentar sem bandeira política, não pode ter bandeira política, não pode! Se tiver bandeira política, não chegamos lá! Contem comigo, estou junto com vocês, “tô” junto e misturado com vocês! “Eu só quero é ser feliz, andar tranquilamente na favela onde eu nasci!” Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ENGENHEIRO COMASSETTO: Srª Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Sempre quando apresentamos um debate sob o ponto de vista da cultura popular ou da cultura marginalizada, existe resistência de todas as partes. E essa resistência, muitas vezes, se apresenta objetivamente ou na subjetividade. Um dos papéis que esta Casa do Povo tem é enfrentar esse debate e abrir espaço para que a cultura popular assuma o seu papel de destaque. Digo isso porque o hip-hop nasceu justamente pela resistência à discriminação social e racial, essa é a origem do hip-hop. Onde estão inseridas as maiores expressões do hip-hop na cidade de Porto Alegre? Na Bom Jesus, na Rubem Berta, no Morro Santa Teresa, na Restinga. Qual é o tipo de urbanidade que está instalada aí, Ver. João Antonio Dib? São as 750 vilas irregulares, onde não tem água, onde não tem luz, onde não tem saneamento, onde falta creche, onde falta escola. Portanto, esse tema não está dissociado da discussão que fazemos aqui, no dia a dia, sobre construir a Cidade e analisar políticas para a Cidade.

Há poucos dias, houve um debate aqui nesta Casa, e nós lamentamos, num primeiro momento, toda aquela discussão perdida sobre o projeto de criação da Praça da Juventude, lançado pelo Presidente Lula, na Bom Jesus. Foi recuperada, foi feito todo um esforço, mas o desgaste foi um desgaste para a Cidade. E aí nós estamos discutindo políticas públicas, sim.

Eu quero fazer duas referências aos colegas que me antecederam. Ver. DJ Cassiá, o programa que existia neste Município para a descentralização da cultura foi acabado. E a descentralização da cultura existe justamente para quem? Para o hip-hop, para o funk, para os grupos de carnaval e para a cultura popular poderem se expressar. Quando é que se lançam, quando é que se produzem as reflexões culturais através da música ou outras? É quando se consegue gravar um CD através do Fumproarte. E o Fumproarte, Ver. João Antonio Dib, diminuiu sua verba em 25% nesses últimos dois anos. Portanto, agora que a Peça Orçamentária está aqui, temos que analisar, e atender à solicitação que faz o Ver. Ferronato, e esperar que as entidades nos enviem a proposta de uma emenda comunitária, popular, do hip-hop, para que nós possamos garantir para o ano que vem. O que são R$ 60.000,00 num Orçamento de R$ 4.650.000.000,00? Não é nada! Mas, quando vem o Juquinha aqui e diz – faz uma confissão na Casa do Povo – que já foi consumidor de drogas, e que fez esse enfrentamento através da educação e da cultura do hip-hop, isso vale muito mais do que R$ 60.000,00.

Portanto, eu quero aqui, no Tempo de Liderança do meu Partido, o Partido dos Trabalhadores, dizer, em nome dos Vers. Sofia Cavedon, Maria Celeste, Mauro Pinheiro, Adeli Sell, Carlos Todeschini e Aldacir Oliboni, que somos parceiros para a resistência da cultura popular, para que ocupe, sim, os espaços públicos e que tenha recursos, sejam da Petrobras, sejam da Prefeitura de Porto Alegre. E os Vereadores têm que assumir esse compromisso, Ver. Haroldo, porque nós aprovamos por unanimidade a proposta do Ver. Sebastião Melo, que criou a Semana da Cultura do hip-hop em Porto Alegre. Portanto, essa deve ser uma bandeira de todos nós. Nesse sentido, juventude, esta Casa precisa ter cada vez mais a participação de vocês. Um grande abraço. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Srª Presidente; nossos ilustres convidados do hip-hop que compõem a Mesa, é um prazer tê-los aqui; todos os que nos assistem; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras; foi referido aqui, com toda a razão, que o Rubem Berta é um dos bairros da Cidade onde há mais violência nesta Cidade. Lá no nosso bairro – embora ele seja um dos mais violentos –, nós temos diversas culturas, entre elas a do hip-hop, com pessoas trabalhando incansavelmente no combate à violência e no encaminhamento, principalmente da nossa juventude, para melhores dias. Isto é uma verdade. Mas isto também não se faz sem recursos. Isso não se faz só com vontade e não se faz só por querer fazer. Nós precisamos, sim, do recurso para poder encaminhar políticas comunitárias e também culturais para a nossa juventude, principalmente nesse Bairro, que é considerado um dos mais violentos.

Há pouco tempo, esse Bairro só era citado nas páginas policiais dos jornais, e, hoje, ele é citado por diversos outros motivos também. Então, quer dizer que nós já avançamos no processo. Aparece também por cursos que são oferecidos pela Associação de Moradores, pelo encaminhamento e o trabalho que têm feito lá o hip-hop e outras culturas, pelo tradicionalismo – várias entidades estão trabalhando no sentido de tornar o Bairro, que é considerado um dos mais violentos, menos violento, com mais possibilidades, com mais chances, principalmente para os nossos jovens. É fácil fazer isso? Não, não é. É muito difícil. E, sem dinheiro, então, é pior ainda.

Então, quero dizer que, no momento de aprovar as emendas aqui, a emenda sobre o hip-hop, para que sejam implantadas políticas de recuperação dentro do nosso Bairro... E não é só na Cohab Rubem Berta, mas no Conjunto Residencial Rubem Berta, na Região Rubem Berta e em outras partes da Cidade também. Os maiores locais de violência na Cidade são: Restinga, Lomba do Pinheiro, Rubem Berta, entre outros. Quero dizer que terão todo o apoio deste Vereador. Este Vereador apoiará, não só a cultura do hip-hop, que é muito importante, é superimportante, mas há outras culturas que também proporcionam cursos, Ver. DJ Cassiá.

Nós temos lá um CTG, que tem trabalhado muito no sentido de dar oportunidade aos nossos jovens. Nós temos uma Associação de Moradores, que hoje cuida de 85 crianças de 7 a 14 anos. Um dos bairros que mais atende crianças é o Conjunto Residencial Rubem Berta.

Vocês têm feito um belíssimo trabalho, e aqui vai o reconhecimento e a gratidão deste Vereador. Quero dizer, em nome do meu Partido, o PPS, em nome da minha Bancada, que nós estaremos sempre juntos nesta luta, trabalhando para que o hip-hop receba, não doação, mas aquilo que tem direito a receber, aquilo que está em lei e que precisa ser cumprido. Por isso, eu conto com os amigos nessa parceria. Podem contar com este Vereador também no trabalho que vocês vêm desenvolvendo, porque ele é superimportante, ele é fundamental para nós diminuirmos o tráfico e construirmos as oportunidades necessárias.

Por isso, parabéns pela exposição e por não terem esse vínculo político, como foi citado, porque eu sei o que é, e trabalho nisso. E vocês sabem que eu “amasso barro” para que o nosso Bairro, um dia, esteja no lugar que merece. Parabéns a vocês, parabéns ao Movimento hip-hop, contem com este Vereador, estaremos sempre aqui à disposição de vocês. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Nelcir Tessaro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NELCIR TESSARO: Srª Presidente, Sras Vereadoras, Srs, Vereadores, público que nos assiste, eu quero cumprimentar toda a Mesa pelo trabalho que fazem no hip-hop. Eu tenho acompanhado mais é o Tiririca, que faz, lá no Rubem Berta, aquelas ações, quando normalmente fecham uma rua e fazem com que toda a juventude possa participar, festejar, durante aquele dia.

Eu quero dizer, Ver. DJ Cassiá, que a nossa Bancada do PSD, formada pelo Ver. Tarciso – que também é envolvido nessas ações – e também pelo Ver. Bernardino Vendruscolo, quer apoiar que haja verbas públicas suficientes para essas ações. Não adianta fazermos uma ação direcionada a um determinado bairro. Eu acho que nós temos que fazer com que isso – Ver. DJ Cassiá, que sempre atua no funk, e Ver. Brasinha, que está sempre também atuando em todas as vilas – seja prática em todas as grandes praças da Capital, onde haja encontro de jovens para poderem fazer a divulgação e as ações sociais. Mas não existe ação social nenhuma se não houver a participação pública ou a verba para levar a todos os cantos da Cidade, a todos os jovens da Cidade, justamente esse espaço cultural, esse espaço que a juventude tem para ali fazer com que aconteçam as suas ações.

Eu estou vendo que vai acontecer a V Jornada do Hip-Hop no final de outubro – acredito que será no dia 30. Isso é muito importante! É muito importante, porque eu vi a mobilização feita em cima do palco do Tiririca, naquele ano, com aquele fechamento de ruas. Nós não precisamos fechar ruas, Ver. DJ Cassiá. Nós precisamos é fazer com que as praças sejam úteis para isso. Fechamento de rua? Fecha uma rua, mas é porque as praças não dão condições! Nós não temos espaço nas nossas praças! Não temos condições nas nossas praças para fazer grandes palcos! Como eu digo, é um programa que vai fazer com que a alegria do domingo esteja presente ou no Brique, ou numa outra praça, lá na Vila Safira ou em diversos pontos da Cidade. São pontos onde a comunidade já fica sabendo que vamos ter uma ação, mas nós precisamos do apoio governamental! Nós precisamos que todos os Vereadores desta Casa assinem e que fiquem acompanhando e pressionando o Executivo para que aconteça a liberação de verba.

Nós sabemos que teve a Emenda do Ver. DJ Cassiá, de R$ 35 mil, mas a dificuldade é justamente fazer com que saia a liberação desse recurso e a posterior chegada lá na ponta, para poder organizar o grande evento. Então, nós precisamos disso, sim, e somos parceiros, Ver. Dib.

Sabemos que emendas dentro do Orçamento o tornam uma colcha de retalhos, porque há de todos os tipos, e, muitas vezes, lá no Executivo, não tem como resolver o problema de tantas emendas. Se existem tantas emendas é porque sabemos que temos que contemplar todos os segmentos da Cidade. A área cultural está precisando urgentemente de apoio do nosso Governo Municipal! Urgentemente, verba carimbada para os programas! É um programa social, cultural, de envolvimento comunitário o que vocês fazem para a retirada das crianças da drogadição. Estamos vendo muitos jovens presentes hoje na nossa Casa, e isso faz com que a gente trabalhe justamente para aqueles que são o futuro desta Nação, o futuro de Porto Alegre. A juventude faz com que as nossas escolas estejam cada vez mais envolvidas na sociedade e faz com que tenhamos dentro do seio familiar, justamente, o nosso crescimento.

Obrigado, e parabéns pelo trabalho que vocês fazem. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Senhoras, senhores e senhoritas, como temos feito a cada quinze dias, vamos ouvir a fala de estudantes que estão no plenário. Como eles já estão há muito tempo esperando, e têm outras atividades, quero convidar a Marina Machado e a Nathalia de Mesquita, alunas da ACM, para ocupar a tribuna e fazer suas comunicações aos Vereadores; elas que, neste momento, são Vereadoras.

 

A SRTA. MARINA MACHADO: Eu serei breve. No caráter de jovem cidadã, ainda cursando o Ensino Médio da Associação Cristã de Moços e Moças, e como futura partícipe da vida política, expresso os meus agradecimentos, principalmente ao Profº Gustavo Tricot e à Ana Duarte por nos conceder a oportunidade de ter um contato aprofundado quanto ao valor que temos e teremos no meio político em prol de um país mais democrático. De modo que, apenas com uma bagagem de conhecimento e entendimento político junto a uma participação consciente e responsável é que teremos direito a uma democracia.

Hoje, sabemos que pertencemos a instituições e que essas pertencem a um Estado maior. Sabemos que, independente de nossos status ou faixa etária, temos direitos e deveres a serem cumpridos. Por isso somos cidadãos e não somos só mais um. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Parabéns, Marina; parabéns aos professores e a cada aluno e aluna que acompanham esta Sessão.

A Srta Nathalia de Mesquita está com a palavra.

 

A SRTA. NATHALIA DE MESQUITA: Em primeiro lugar, boa tarde, muito obrigada pela oportunidade; obrigada, Profº Gustavo, o senhor é “o cara”.

O meu discurso é mais um textinho, uma coisa que pensei sobre a nossa participação, sobre a natureza do jovem.

O jovem possui uma natureza revolucionária e transformadora, uma grande vontade de mudar o mundo, que pode ou não evoluir com esse jovem e dominá-lo também na vida adulta. Depende somente dele possuir essa característica na vida adulta, ainda ter esse pensamento de que podemos ser pessoas totalmente ativas na sociedade, melhorando-a para todos em uma constante busca por um mundo melhor. Mas como fazê-lo? Como ter intacta a nossa natureza revolucionária, própria da adolescência, quando, enfim, somos adultos e parecemos ser apenas mais um ser humano no mundo, que apenas subordina-se às autoridades e aos órgãos de Poder? A resposta é simples, e devemos apenas encontrá-la dentro de cada um de nós. Todos somos cidadãos com direito de nos expressarmos e desejarmos um mundo melhor. Fazer isso é pensar não apenas em nós próprios, mas no bem dos outros e da sociedade, principalmente pensando no bem de outras pessoas que, infelizmente, não têm consciência do seu grande poder revolucionário e na sua capacidade de ação social. Siga o seu coração e os seus princípios, e faça o que deseja: mude o mundo!

 

(Não revisado pela oradora.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Parabéns, Nathalia; parabéns aos professores Gustavo Tricot e Anna Luisa Duarte por darem, com a sua prática, mais um depoimento do que é uma educação que sabe que é preciso fazer essa formação política – os temas do Estado brasileiro não podem estar fora da escola –, ao lado de qualquer outro conteúdo que nós ensinamos. Muito obrigada pela presença da ACM nesta Casa.

Eu passo para o nosso Vice-Presidente, Ver. DJ Cassiá, a condução dos trabalhos, porque eu preciso me afastar. Eu completo 25 anos de serviço na Prefeitura e vou receber uma medalha, no auditório Dante Barone, da Assembleia Legislativa.

Eu peço desculpas aos artistas aqui presentes, e quero dizer-lhes que sou parceira para construirmos a emenda para reforçar esse lindo trabalho que vocês fazem.

 

(O Ver. DJ Cassiá assume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Toni Proença está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. TONI PROENÇA: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, senhores e senhoras, estudantes da ACM que se manifestaram nesta tribuna, companheiros do hip-hop: Cristiano, Leandro, PX e Wagner, e Alemão Guará, que está na plateia, e o Mano Ox, que estão representando o Movimento hip-hop.

Eu venho a esta tribuna, porque eu acho que os encaminhamentos da Verª Fernanda e do Ver. DJ, somados ao do Ver. Comassetto remetem-nos a uma questão que eu acho fundamental. Eu acho que o Movimento hip-hop deveria se mobilizar rapidamente nos próximos dias e trazer uma emenda popular, para que possamos ter, no ano que vem, o financiamento da Semana do Hip-Hop, como fez o Ver. DJ Cassiá no ano de 2009 para 2010. Desta vez nós temos tempo, Ver. DJ. Vamos fazer uma emenda popular que possa ser assinada, Ver. Mauro Zacher, por todos os Vereadores de todas as Bancadas, fazendo assim o reconhecimento dessa cultura que já está consolidada, principalmente na periferia de Porto Alegre. Foi muito feliz o Ver. Comassetto quando disse que o hip-hop nasceu da indignação e da reivindicação das comunidades, onde justamente as políticas públicas não se fazem presentes. Pois é justamente dessa cultura que se consolida, a partir dessa reivindicação, que o Movimento hip-hop teve o reconhecimento inclusive desta Câmara, quando votou e aprovou, em 2007, a Lei do Ver. Sebastião Melo, que cria a Semana do Hip-Hop. Eu tenho muita dificuldade em entender que a gente não possa, quando cria aqui semanas – como o Ver. DJ encaminhou a criação da Semana da Bom Jesus –, já dotar de orçamento essas semanas, porque isso seria muito mais legítimo, daria muito mais condições para que as comunidades realizassem as suas semanas, e os movimentos culturais também, sem termos de fazer, todos os anos, essa luta. Eu sei que não é da nossa prerrogativa criar despesa para o Governo, isso tem que vir do Executivo, mas entendo que poderíamos fazer um movimento, Ver. João Dib, para que todas as semanas, sejam elas de movimentos culturais ou das comunidades – como são a Semana da Restinga, da Cruzeiro, Semana da Bom Jesus –, se transformassem em semanas que tivessem orçamento próprio já definido em lei, para que a gente não precisasse, todos os anos, estar aqui fazendo esse enfrentamento com o Governo para conseguir recurso. Se isso já estivesse definido em lei, naturalmente viria do Orçamento. Eu proponho que a gente vá ao Prefeito construir essa solução. Eu lembro que, para a Semana da Restinga, havia no Orçamento, de praxe, R$ 90 mil, mas todo ano era uma maratona para que se conseguisse realizar o repasse do dinheiro, porque ele não estava previsto em lei.

Portanto, companheiros do hip-hop, os “mano” do hip-hop, acho que vocês devem se mobilizar, construir essa emenda coletiva, essa emenda popular, para que tenhamos a assinatura de todos os Vereadores que queiram se somar a essa causa, para que, no ano que vem, a Semana do Hip-Hop tenha financiamento integral. Parabéns pela luta, e contem com a Bancada do Pátria Livre.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Usou a Tribuna Popular, nesta tarde, e tivemos a honra e o orgulho de recebê-los aqui hoje, os irmãos do hip-hop, a entidade Comissão Executiva da Semana Municipal do Hip-Hop. Quero aqui, de antemão, dizer aos senhores que ficou muito clara a manifestação de cada um dos Srs. Vereadores e Sras Vereadoras sobre a questão do Orçamento para a Semana do Hip-Hop, há um consenso nesta Casa. Houve alguns encaminhamentos, como o último que tivemos aqui na tribuna, o do Ver. Toni Proença... Quero agradecer, em nome da Casa, a presença de vocês, contem conosco.

Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 15h55min.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cássia – às 15h59min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. Luciano Marcantônio está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

O SR. LUCIANO MARCANTÔNIO: Obrigado, meu amigo Ver. DJ Cassiá. Colegas Vereadores, cidadãos, cidadãs, vou aproveitar o Tempo de Liderança para me manifestar sobre a visita que o Prefeito Fortunati realizou, no último sábado, à nossa querida Restinga, dentro do Projeto Prefeitura na Comunidade. Tivemos a presença do Prefeito, do Secretariado, de técnicos da Prefeitura e dos colegas Vereadores Brasinha, Sebastião Melo, Cecchim, Pujol, mas, principalmente, dos Secretários e técnicos do Governo, sob o comando do Prefeito José Fortunati, que visitaram as grandes obras que estão sendo realizadas lá, dialogando com as lideranças comunitárias, sejam elas presidentes de associações ou conselheiros e delegados do Orçamento Participativo. É importante destacar que esses roteiros são construídos pelo Orçamento Participativo, em parceria com o Centro Administrativo Regional – o CAR –, que faz a interlocução do Governo com a comunidade. Lá na Restinga, pudemos ver as grandes obras que irão transformar a qualidade de vida dos moradores daquela região.

Quero destacar principalmente duas dessas obras, que são, finalmente, a obra do Hospital da Restinga, que já está avançada e que ocupa um terreno de 40 mil metros quadrados onde serão oferecidos 90 leitos com enfermaria para adultos. Está prevista também enfermaria pediátrica, alojamento obstétrico e neonatal, centro obstétrico com capacidade cirúrgica, salas de reanimação, estabilização e procedimentos. A estrutura também terá um Centro de Especialidades com núcleos voltados à saúde da mulher, materno e infanto-juvenil; teremos cirurgias especializadas, Medicina Interna, Odontologia, Saúde Mental e reabilitação. É uma parceria do Governo de Porto Alegre com o Ministério da Saúde e o Hospital Moinhos de Vento.

Assim, será realizado um grande sonho dos moradores da Restinga pela gestão do Prefeito José Fortunati, devido à capacidade do Prefeito de articular com os Vereadores desta Casa, com os moradores da Região e com o Governo Federal. Saímos extremamente felizes daquele encontro e pudemos perceber a alegria da comunidade em ter, finalmente, a questão da saúde avançada e com o respeito que os moradores da Restinga merecem.

Outra situação importante que conseguimos presenciar nessa visita, em conjunto a milhares de moradores, foi quando estivemos no Residencial Jardim Paraíso, na Estrada do Barro Vermelho, onde 500 famílias serão lá contempladas pelo Programa Minha Casa, Minha Vida, em parceira também com a Prefeitura de Porto Alegre, o DEMHAB e o Governo Federal. Essa obra atenderá a todas as demandas de habitação do plano de investimentos desenvolvido pelo Orçamento Participativo de 2011, e será removida para lá a Vila Unidão. Este é o Governo Fortunati, um Governo que faz grandes obras para atender ao cidadão de baixa renda e faz grandes obras para atender toda a população.

Quero também aproveitar o tempo que me resta para colocar que, em relação à Praça da Juventude, na visita que o Prefeito recentemente fez à região, foi dada ordem de início para a construção da praça da Vila Bom Jesus, que teve todo o seu projeto adaptado conforme o interesse da população da Bom Jesus. A praça já está em obras. Então, a Vila Bom Jesus, conforme prometido pelo Prefeito, terá a sua praça, o seu centro cultural, de forma extremamente qualificada e adaptada aos seus desejos, às suas exigências. Muito obrigado, Ver. DJ Cassiá; obrigado, colegas.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, são 16h5min; a Sessão iniciou-se há exatamente duas horas e cinco minutos. A metade da minha vida – já longa vida – tenho sido vinculada à Câmara Municipal de Porto Alegre, metade eu tenho estado aqui na Câmara Municipal. Ainda não vi tudo que poderia ter visto. Hoje, por exemplo, na Tribuna Popular, quatro pessoas foram à Mesa; duas – correto – puderam falar, dividiram o tempo e era para falar sobre educação e sobre cultura. Mas eu acho que estava faltando, no mínimo, educação. Talvez houvesse cultura, mas educação eu afirmo que não havia. Sobretudo, lastimo que a Presidente não esteja aqui agora, porque eu vou criticar a Presidência. Nós temos, no Regimento, a obrigatoriedade de comparecermos com traje completo ou pilcha gaúcha, que é permitida. Vale para os nossos assessores – traje completo para entrar no Plenário. Agora, na Tribuna Popular, além de sentarem quatro pessoas, uma delas, que não falou, mas que sentava à direita da Presidência, usava um boné! Olha, eu acho que é uma falta de consideração e de respeito para com os Vereadores e com a Casa do Povo de Porto Alegre estar na Mesa Diretora dos trabalhos de boné! Aí foi um Vereador, o Ver. Haroldo de Souza, dizer que o Ver. João Antonio Dib estava achando estranho que alguém na Mesa estivesse de boné. Ele disse que não tirava o boné – eu vi a reclamação dirigida à Presidência –, e a Presidente disse que não havia problema, era uma coisa simples. Bom, a simplicidade é uma das coisas que eu acho que me caracteriza, sou um homem simples, mas simplicidade não significa falta de educação. Apresentar-se no Plenário e até nas galerias de chapéu, de boné é uma falta de respeito com a Casa do Povo de Porto Alegre; e não é falta de simplicidade! Depois, todo mundo falou, e ninguém tem mais respeito pela ACM do que eu – aliás, já o demonstrei durante muitos anos e venho demonstrando sempre. Mas eu não vi por que a ACM falou na Tribuna Popular. Isso não está no Regimento.

Mas, se nós temos Regimento, são 4 horas e quase 10 minutos agora, e nós temos que discutir a Pauta Especial sobre o Orçamento – cinco Vereadores, 10 minutos, e não sei se nós chegaremos lá, e há dia e hora para entregarmos a análise da proposta orçamentária para o Prefeito! Já no caso da LDO, nós entregamos às 19 horas do último dia. A Prefeitura esperou por nós. Os Vereadores da Comissão de Finanças ficaram aqui no Plenário, esperando para assinar a Redação Final, para que pudessem encaminhar para a Prefeitura, porque era o último dia, e o expediente encerra-se às 18 horas.

Hoje, nós tivemos a Tribuna Popular; daqui a pouco, não haverá ninguém no Plenário. Mas nós ouvimos duas pessoas falarem sobre o hip-hop, nós ouvimos vários Líderes falando sobre o assunto. A Verª Fernanda Melchionna me pediu para que eu falasse com o Secretário da Fazenda para liberar os R$ 65 mil. Eu já fiz isso, acho que tenho que fazer, acho que é meu dever, acho que é minha obrigação e, dentro da minha simplicidade, eu o fiz. E o Secretário disse que vai fazer o possível para atender à solicitação, que não só da Verª Fernanda, mas das Lideranças que se pronunciaram na tribuna desta Casa. Mas que faltou respeito à Casa do Povo de Porto Alegre, faltou até na composição da Mesa. E, isso, eu não posso sair daqui sem registrar, porque não vou continuar assistindo às coisas de forma impune! E quando um Vereador vai reclamar, a presidência diz que é simples, não há problema, pode ficar com o boné – na Mesa? Bom, eu não tinha visto tudo ainda. Talvez eu tenha que ver mais algumas coisas até 31 de dezembro do ano que vem. Espero que não sejam coisas que me aborreçam da forma como fiquei aborrecido hoje. Eu tinha que dizer o que estou dizendo agora, dentro da minha simplicidade, porque é preciso que a Câmara seja respeitada, e hoje não o foi. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Aldacir José Oliboni está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela oposição.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. DJ Cassiá; saúdo as Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, público que acompanha a nossa Sessão de hoje. É, realmente, esta Câmara tem espaço para a diversidade, Ver. João Antonio Dib. Existem aqueles que têm uma simpatia com o tradicionalismo e vêm pilchado no plenário, com todos seus direitos, e existem aqueles que valorizam o hip-hop, que tem como uma das suas características o uso do boné, e que também têm espaço aqui nesta tribuna, como tantas outras culturas que o nosso Estado tem, que o nosso País tem. Portanto, eu tenho uma opinião diferente da do Ver. João Antonio Dib, em que os cidadãos e cidadãs têm o direito de livremente se manifestar, inclusive nesta tribuna, a meu ver, que se diferencia de muitos Vereadores, não precisariam usar terno e gravata, porque é Tribuna Popular. Tribuna Popular é um momento em que o cidadão ou a cidadã deveria ter, livremente, não só a palavra, o gesto, a reivindicação, mas também a forma de se vestir. Mas são posições diferenciadas que creio devem ser respeitadas, e, portanto, a população tem o espaço para poder vir à Casa e poder falar das suas dificuldades.

Venho também a esta tribuna para dizer que Porto Alegre não está às mil maravilhas. Dá a impressão, quando ouvimos alguém do Governo, de que as coisas estão às mil maravilhas em Porto Alegre: na Saúde, estão todos sendo atendidos; na área da Educação, estão todos na escola; na área da Assistência, estão todas as crianças nas creches. Dá a impressão de que Porto Alegre é uma maravilha, Ver. Toni Proença. Não é verdade, não é verdade! As pessoas continuam na fila em busca de consulta em uma especialidade, para uma cirurgia, para uma baixa hospitalar; em algumas creches há mais de cem, duzentas crianças, aguardando uma vaga; as dificuldades são enormes para colocar regionalmente as crianças na escola, e a pessoa tem, sim, dificuldade de acessar os serviços públicos – essa é a grande verdade. Não é por acaso que, na ação da nossa Presidente, juntamente com inúmeros Vereadores, na questão do transporte coletivo em Porto Alegre, vê-se que a maioria da população está reclamando da qualidade do transporte. Não é diferente em Porto Alegre, Porto Alegre tem muito por fazer. É claro que, nas ações do Prefeito em que ele visita a nossa Cidade, os delegados do OP, os CARs regionais preparam a agenda e vendem a ideia para o Prefeito, de que aquela região está às mil maravilhas. Não é verdade, não é verdade! Tentem fazer uma ação-surpresa para ver como está a Unidade de Saúde, como está o atendimento nas creches, como está o transporte coletivo, como estão os passeios, as calçadas no Centro da Cidade. Estamos falando de Porto Alegre, a Porto Alegre em que vivemos no dia a dia, onde visitamos as comunidades, o Centro da Cidade; andamos por ela. O povo está reclamando, e muito, Ver. João Antonio Dib. E tem razão muitas vezes. Por quê? Porque o Poder Público é muito lento. Vejam, por exemplo, a implementação do IMESF, uma lei que votamos aqui na Casa: já deveriam ter sido absorvidos agentes comunitários lá em junho; já deveria ter saído o edital para concurso público no início de outubro; já estamos terminando o mês de outubro e não saiu o edital do concurso público. Uma lei que nós votamos aqui; sancionada pelo Prefeito! A cidade de Porto Alegre não está às mil maravilhas como muita gente está vendendo, não; são muitos os problemas. E nós queremos que o Poder Público seja mais ágil, não seja tão moroso; não venda uma ideia de que está excelente, de que está às mil maravilhas, porque não está.

É por isso que, em nome da oposição, nós queremos dar um grito de alerta à cidade de Porto Alegre, porque a população está cansada de reclamar, até mesmo lá na comunidade, de um esgoto a céu aberto, onde são os serviços essenciais. Os CARs regionais não fazem nem os serviços essenciais, e que deveriam ser feitos diariamente, Verª Maria Celeste. As Unidades de Saúde estão sem médico! E dizem que vão resolver...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: ...não dá para vender o que está muito distante de conseguirmos, que é o ideal; o importante é apressar o passo e atender a população, porque são muitos os cidadãos que ainda estão desassistidos. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Eu sei que, de repente, o Ver. Oliboni estava um pouquinho nervoso, e ele fez um comparativo com as vestimentas. Citou quem aqui vem pilchado, enfim, em relação a esse problema do cidadão que esteve na Mesa de boné. Eu acho que o Vereador não foi feliz na sua comparação, e eu gostaria que ele repensasse sobre isso. Penso que não é um comparativo à altura de quem usa a vestimenta gaudéria.

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Feito o registro, Ver. Bernardino. Eu escuto o Ver. Oliboni.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, eu creio que o Ver. Bernardino estava entrando no plenário, e não entendeu bem o que este Vereador quis colocar. O Ver. João Antonio Dib fez uma critica ao hip-hop, porque um cidadão que esteve aqui nos visitando usava boné. E o boné é, na vestimenta, uma das características de quem defende o hip-hop. Eu disse que as pessoas têm o direito de entrar aqui com a sua pilcha, de que eu sou favorável, e se pudesse usar, usaria. O Ver. Bernardino disse que eu fiz uma crítica, pelo contrário, nós valorizamos a manifestação cultural das pessoas e esse direito tem de ser preservado.

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Feito o registro, Ver. Aldacir Oliboni.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Governo.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá, em primeiro lugar, quero dizer que, alguém para falar mal dos outros, tinha que ter competência suficiente para entender o que foi dito e para ter poder de síntese. Eu não acredito muito no que fala o Ver. Oliboni. Em momento nenhum eu critiquei o hip-hop, até eu disse que busquei que liberassem as verbas para a Semana do Hip-Hop.

Então, o Ver. Oliboni não me serve de exemplo para coisa nenhuma! Para coisa nenhuma! Agora, respeito à Casa tem que ter, não interessa se é hip-hop, ou o que seja, à Mesa não pode ir de chapéu. Se eu fosse o Presidente, ele teria tirado o chapéu. Eu já não reclamei que ele não estava vestido de acordo como estavam os dois que falaram, que estavam de gravata, terno completo, sem problema nenhum; eu não reclamei, mas estar de chapéu eu acho um desrespeito. Por outro lado, o Ver. Oliboni critica a Saúde, mas é o maior puxa-saco do Secretário da Saúde! O Secretário Adjunto da Saúde esteve aqui no plenário e quem mais tempo ficou ao lado dele foi o Ver. Oliboni. Agora, ele virou as costas, e o Vereador fala mal. Nós vamos falar do mau atendimento da Saúde? Eu falo: estão atendendo mal. Eu também digo isso, e o Prefeito diz a mesma coisa. Não precisa o Oliboni dizer. Agora, foi o Dr. Lula – esse mesmo que mandou o Ministro dos Esportes resistir no cargo, apesar de todas as acusações –, foi esse homem que, em 2008, impediu a regulamentação da Emenda nº 29, foi o mesmo homem que, em 2009 e 2010, impediu a regulamentação da Emenda nº 29. E agora, a Srª Dilma, que faz muita caridade por aí com o dinheiro do povo brasileiro, também vai impedir a votação da regulamentação da Emenda nº 29, lá no Senado. Podem ter certeza.

Agora, o PT, quando estava no Governo, gastava mais de 15% na Saúde, e as duas Administrações seguintes também gastaram e gastam mais de 15%, mas a União não põe 10% da arrecadação tributária, da sua responsabilidade, na saúde do povo brasileiro. Esqueceram que o Fogaça assumiu, e o Dr. Pedro Gus, Secretário da Saúde, fez um mutirão, e milhares de cirurgias que estavam represadas foram feitas, mas se não dão o dinheiro, como é que vão fazer.

O Ver. Oliboni criticou o transporte coletivo, é que não entende nada do assunto; se entendesse, ele falaria do sistema viário deficiente. Isso, sim, mas sobre esse sistema viário eu posso falar, porque, em 1999, quando fizeram o Plano Diretor, eu disse que não havia plano viário. Eu alertei: é preciso buscar soluções para o sistema viário! Não fizeram! Em 2009, eu falei de novo! Eu conheço um pouquinho de transporte, já mostrei aqui uma fotografia que diz tudo sobre transporte coletivo, mais do que aquilo que pensei que entendia. A fotografia mostrava 12 ônibus da melhor qualidade no viaduto, para-choque com para-choque. Os 12 ônibus eram os que apareciam na fotografia, porque, embaixo, havia mais quatro. Não sei o que havia no final da fila desses 12 ônibus, mas deveria haver mais ônibus. Então, o problema é sistema viário e escalonamento de horários.

Mas o nosso Oliboni, que sabe tudo, que conhece tudo, amigão do Secretário da Saúde, chega a fazer emendas e pedir urgência para projetos da Saúde. Mas o Secretário não estava aí, virou as costas e falou... Agora, eu digo que Presidente preside e respeita o Regimento. Não vai começar agora, depois que o Ver. João Dib falou, o Ver. Oliboni voltar a falar sem tempo determinado. Vamos respeitar o Regimento. Concluindo, é preciso respeito e educação, pois sem educação, não há solução. Saúde e PAZ!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Mario Manfro assume a presidência dos trabalhos)

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: Nobre Presidente, Ver. Mario Manfro, tenho o maior respeito pelo Ver. João Antonio Dib, mas não fiz nada que o ofendesse ou a algum colega. Só quero dizer que o Ver. João Antonio Dib fez uma critica muito pontual para a Presidenta, porque ela permitiu um cidadão, que defende o hip-hop, usar boné à Mesa. Portanto, é óbvio que eu tive que defender essa atitude e a livre iniciação da cultura, mas, infelizmente, o Ver. João Antonio Dib tem uma outra visão, a qual respeitamos.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Está feito o registro.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, eu não quero polemizar, mas convido o Ver. Oliboni a ler o Regimento. Vamos ver, no Regimento, se é permitido alguém sentar à Mesa e acompanhar os trabalhos, usando boné.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Está feito o registro.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra.

O SR. JOAO ANTÔNIO DIB: Sr. Presidente, eu pediria que a fala do Ver. Oliboni não constasse nos Anais da Casa, porque foi antirregimental.

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Perfeito. Está registrado o seu Requerimento, Vereador.

O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu gostaria de registrar a presença do ex-Vereador Décio Aloizio Schauren, aqui neste Plenário, e mostrar para as senhoras e os senhores o livro que o Décio Schauren está lançando na Feira do Livro: A Busca das Origens, História e Genealogia da Família Schauren. (Mostra livro.) Na verdade, é um livro de História, extremamente importante para nós que somos descendentes de alemães, pomeranos, enfim, de outras etnias que vieram da Europa. E, inclusive, acertamos com a Fernanda Melchionna, que é a nossa coordenadora da Frente Parlamentar do Livro e da Leitura, o lançamento desse livro na Feira do Livro, no dia 03 de novembro, quinta-feira, às 19h, no estande da nossa Câmara Municipal.

Parabéns ao Décio Schauren, é um privilégio poder trabalhar, pela terceira vez na minha vida, com esse ilustre companheiro, amigo, e grande parceiro, o ex-Vereador Décio Schauren. Muito sucesso por seu livro. Eu sei que ontem foi feito o lançamento e já foi um grande sucesso. É, na verdade, um compêndio de histórias das nossas origens, da imigração alemã no Rio Grande do Sul.

Dito isso, Ver. João Dib, nós precisamos avançar em algumas questões da cidade de Porto Alegre. Afinal de contas, nós somos Vereadores da Capital, nós temos que cantar, em prosa e verso, e desta tribuna, os encantos e as coisas positivas da nossa Cidade. Eu tive o privilégio de ler, há alguns dias, o livro Rua da Praia, do grande jornalista, radialista, publicitário Nilo Ruschel – um homem que cunhou o slogan “Porto Alegre, Cidade Sorriso” –, que fala da Rua da Praia, das coisas magníficas que aconteceram na cidade de Porto Alegre, Ver. Elói Guimarães, com os personagens da Rua da Praia. Por lá andaram personalidades como Getúlio Vargas, Borges de Medeiros, Assis Brasil, Júlio de Castilhos e, por muitas e muitas vezes, com sua bengala e seu chapéu inconfundível, o General Flores da Cunha, com quem eu não comungo, em princípio, com algumas de suas ideias, Verª Fernanda, mas que infelizmente foi aqui perseguido politicamente pelo Getúlio Vargas, quando com ele se desentendeu, e teve que buscar asilo político no Uruguai. Nós não podemos esquecer dessas figuras, pois, no entorno da Rua da Praia, nos seus cafés, no Largo dos Medeiros, essas pessoas fizeram a história de nossa Cidade.

Além de cantar, em prosa e verso, a beleza, o encantamento dos jacarandás da Praça da Alfândega, onde, na sexta-feira feira, inauguraremos a Feira do Livro, talvez com a presença da Presidente Dilma Rousseff, como também dos encantos por onde pude caminhar ontem, no final da tarde, que é a nossa Praça da Matriz, e que está, infelizmente, com o monumento a Júlio de Castilhos todo pichado. Um dia, nós haveremos de cuidar mais e melhor dos nossos monumentos.

Eu preciso, Verª Maria Celeste, falar do que acontece no bairro Cidade Baixa. É inconcebível o nível de violência e de barbarismo na Cidade Baixa. Nesta madrugada, em 150 metros da Rua Marechal Floriano, foram destruídas, colocadas no chão e quebradas, quatro placas de sinalização. Onde está a nossa Segurança? Do bairro Cidade Baixa, recebi hoje um comunicado de uma moradora sobre as barbaridades que são feitas lá. E, jantando num restaurante do bairro Cidade Baixa, no sábado, com familiares, eu pude falar com a dona do estabelecimento, e ela reforçou o que eu sempre digo aqui: que não são muitos, pelo contrário, são poucos os estabelecimentos que estão fora da lei, Ver. Cecchim. Alguns, Vossa Excelência fechou; outros, eu fechei; outros, nós combatemos conjuntamente. E é preciso uma ação urgente, urgentíssima, da SMIC, da SMAM, da SMOV, da SPM, porque há ilegalidades no bairro Cidade Baixa...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): Eu quero esclarecer que o mesmo critério que usei para o Ver. Adeli Sell usarei para todos os oradores. São cinco minutos, e eu não vou pausar o cronômetro.

O Ver. Airto Ferronato está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Meu caro Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores que estão conosco nesta tarde, nossos ilustres telespectadores e ouvintes, eu vou falar hoje sobre aquele início de manifestação feita, na semana passada, pelo Ver. Tarciso Flecha Negra, que foi a perda da Copa das Confederações aqui em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. Eu quero dizer que eu, como Presidente da Comissão da Copa, me sinto na obrigação de falar algumas coisas, e quero registrar, inicialmente, que a Copa do Mundo, claro, vai se realizar e se desenvolver na Cidade a partir do momento em que tivermos um estádio de futebol. Também quero dizer e registrar, com toda força, que o Governo do Estado fez a sua parte em relação à questão do Beira-Rio. Quero também registrar que sou Vereador de oposição, e que o Governo Municipal também fez a sua parte. Ou seja, aconteceram algumas isenções do Governo do Estado e estão acontecendo obras viárias para a execução da Copa no Beira-Rio, e já prevista também para a execução da Copa das Confederações. Acontece, meus ilustres Vereadores, que o Internacional vinha executando a sua obra com recursos próprios precária e lentamente; mas vinha executando, Ver. Brasinha! De repente, apareceu uma empreiteira poderosíssima, que parecia, e disse que seria, a salvação da pátria e das coisas necessárias para o Estádio Beira-Rio. Não foi o Internacional que procurou a Andrade Gutierrez, foi a Andrade Gutierrez que procurou o Internacional. A partir daí, foi a empresa que disse que respeitaria esses prazos. Acontece que, passados mais de 60 dias, nada foi feito ainda com relação à própria Andrade Gutierrez, que não apresentou a solução. É claro que há outras questões. Agora, uma das grandes responsáveis pela perda, em Porto Alegre, da Copa das Confederações – e eu vejo, hoje, toda a Cidade – política, social e econômica – entristecida por causa dessa perda –, a grande responsável por isso foi a empresa que aqui chegou, e que agora nada mais aceita.

 

O Sr. João Carlos Nedel: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ilustre Ver. Ferronato, eu acho extremamente lamentável que Porto Alegre perca R$ 225 milhões com o cancelamento da Copa das Confederações. Obrigado.

 

O SR. AIRTO FERRONATO: Concordo! E mais, os outros Estados brasileiros foram buscar recursos públicos com aquelas críticas todas que existiram; aqui, não fomos! Mas o BNDES conta com R$ 200 milhões, R$ 250 milhões, com quanto recurso for necessário para financiar a obra. Nós, inclusive, fomos favoráveis a que isso tivesse acontecido com a Parceria Público-Privada. Então, é interessante que se faça essa primeira análise para dizer ao torcedor gaúcho, ao torcedor colorado e ao torcedor brasileiro que temos, sim, um caminho de responsabilidade que não foi seguido pela empresa que dizia que resolveria todas as mazelas...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mario Manfro): O Ver. DJ Cassiá está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Alceu Brasinha.

 

O SR. DJ CASSIÁ: Sr. Presidente, Ver. Mario Manfro; agradeço ao Ver. Alceu Brasinha a cedência de seu tempo em Comunicações. Quero, primeiro, dizer do meu orgulho de ser da base deste Governo, até mesmo porque eu não tenho, Ver. João Antonio Dib, dificuldade nenhuma, por onde ando, de dizer que faço parte da base deste Governo. Este Governo, do qual estou falando, vai aos mesmos lugares aonde eu vou, senta com as mesmas pessoas que vejo dentro das comunidades, debate com as mesmas pessoas. Por isso, Ver. Alceu Brasinha, que me cedeu o seu tempo, quero dizer que não tenho dificuldade nenhuma em dizer e reafirmar que tenho orgulho de fazer parte da base aliada deste Governo.

 

O Sr. Alceu Brasinha: V. Exª permite um aparte?

 

O SR. DJ CASSIÁ: Ver. Alceu Brasinha, com a maior satisfação, eu lhe concedo um aparte.

 

O Sr. Alceu Brasinha: Ver. DJ Cassiá, eu também reafirmo o nosso compromisso com este Governo, porque é um Governo que tem caráter, um Governo sério e honesto. Não são essas bobagens que o Ver. Oliboni vem aqui e desfila, joga no ventilador, e sai. Joga no ventilador, fala, fala, fala, nada presta para eles, nada presta! Eles não têm nada de bom para falar do Prefeito Fortunati. Eles nunca tiveram a capacidade de fazer o que o Governo está fazendo aqui em Porto Alegre. O Ver. Oliboni, como o Ver. Dib falou, chega sempre atrás do Casartelli ou do Marcelo. Saiu o Casartelli, saiu o Marcelo, aí toca sarrafo neles! Sarrafo neles! O povo tem que saber as mentiras que eles pregam, as bobagens que eles aplicam, coisas que não têm fundamento nenhum! O povo sabe o que é leal e o que é verdadeiro de um Governo que pensa nos mais humildes. Assim é o Prefeito Fortunati, e eu tenho orgulho de participar da base desse Governo.

 

O SR. DJ CASSIÁ: Obrigado, Ver. Alceu Brasinha.

 

O Sr. Dr. Raul Torelly: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado pelo aparte. Eu queria aproveitar o momento para dizer da nossa satisfação em poder cumprimentar o Prefeito José Alberto Fortunati pelo seu aniversário que transcorre no dia de hoje.

 

O SR. DJ CASSIÁ: Eu quero aqui saudar e deixar, em nome da minha Bancada – Ver. Elói Guimarães, Presidente do nosso Partido; Ver. Nilo Santos, nosso Líder; Ver. Alceu Brasinha, nosso Vice-Líder; e este Vereador –, os votos de muita felicidade e muita saúde ao nosso Prefeito.

É evidente, Ver. Alceu Brasinha, que existem algumas dificuldades no Governo, como em qualquer governo. E muitas vezes até, Ver. Brasinha, dentro das próprias Secretarias; há Secretário que, infelizmente, não tem – não vou dizer nem capacidade – vontade de acompanhar o pique do próprio Prefeito ou da sua base aliada.

Eu sou Vice-Líder do Governo, sou Vice-Presidente desta Casa, Vereador eleito pela sociedade de Porto Alegre e, muitas vezes, já tive situações de um Secretário marcar uma agenda comigo para as 11h e, ao tentar confirmar às 10 e meia, ele dizer que não vai poder me atender; aí me passar para as 2 da tarde e, às 2 da tarde, mandar me avisar que não vai poder mais me atender! Aí o Secretário, aquele que eu quero ajudar...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Presidente concede tempo para o término do pronunciamento.)

 

O SR. DJ CASSIÁ: ...Eu lhe agradeço pela concessão de tempo; quando estou presidindo, democraticamente eu dou um tempo para todos os colegas concluírem as suas falas.

Para concluir, eu gostaria de dizer que eu, Vice-Presidente desta Casa, não sou melhor do que ninguém, mas sou o Vice-Presidente desta Casa, eleito por todos os senhores e senhoras aqui; sou Vice-Líder do Governo – esqueço tudo: sou Vereador eleito, representando a sociedade. Imaginem, se um Secretário não me atende, ele vai atender os senhores ou as senhoras que estão me vendo agora nas suas casas? Claro que não vai atender! Vai debrear mais ainda. Se não atende uma pessoa, que é Vice-Líder do Governo, Vice-Presidente desta Casa, vai atender o senhor e a senhora? Não vai atender! Muito obrigado pela tolerância, Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. DJ Cassiá reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Presidente dos trabalhos, Ver. DJ Cassiá, nossos cumprimentos; Ver. Reginaldo Pujol, V. Exª, que comigo participa da Frente Parlamentar da Criação do Parque Temático da Cultura e do Folclore Gaúcho, quero lhe dar uma notícia: na próxima semana retomaremos as nossas reuniões, mas a notícia mesmo é que, no dia 14 de novembro, Gramado inaugurará o seu Parque Temático. Todos estão convidados! Eu preparei uma fala especialmente para um Vereador que fez um discurso aqui, na semana passada, que mostrou dados, aquele Vereador do PPS – não é o Ver. Paulinho Rubem Berta, é o Ver. Elias Vidal, que veio a esta tribuna municiado de informações. Eu fico constrangido, ele não está aqui, mas vou fazer a leitura – possivelmente ele vai tomar conhecimento depois – a respeito dos vencimentos do IPTU nas Capitais brasileiras. O Vereador pegou meia dúzia de informações, não sei de quem, e fez um discurso – resolveu o problema de Porto Alegre! Eu quero fazer a leitura calmamente para o Vereador; aliás, eu tenho a impressão, Vereador... Ah, está aqui adentrando o plenário! Eu tenho a impressão de que foi o Ver. Zacher que passou essa informação ao Ver. Elias Vidal, mas agora eu vou passar uma informação mais completa, Ver. Elias Vidal.

Nós estamos tratando aqui do vencimento do IPTU em Porto Alegre. Aqui vence no 1º dia útil de janeiro, para quem quer pagar com desconto de 20%. No primeiro dia útil de janeiro! Isso é uma coisa maluca! Isso é uma coisa maluca! Eu não estou nem falando aqui dos aposentados, dos pensionistas, dos assalariados que recebem os seus vencimentos, de acordo com a CLT, no 5º dia útil. Eu não estou nem falando mais dessas pessoas que têm essas dificuldades todas; aliás, eles nem conseguem pagar.

Eu vou falar especialmente para o Ver. Elias, pois ele não pode ir atrás do Ver. Mauro Zacher, porque entra em fria. Ver. Elias Vidal, olhe só (Lê.): “Teresina, dá desconto de 25%, com vencimento em 31 de março; Rio Branco, 20%, em 8 de março; Maceió, 20% em 28 de fevereiro; Macapá, 20%, em 10 de junho; Cuiabá, 20%, em 10 de março; Campo Grande, 20%, em 11 de fevereiro; Florianópolis, 20%, em 3 de janeiro; Porto Velho, 20%, em 31 de janeiro; Belém, 15%, em 10 de fevereiro; São Luís, 15%, em 30 de maio, João Pessoa, 15%, em 28 de fevereiro; Manaus, 10%, em 30 de junho; Salvador, 10%, em 7 de fevereiro; Fortaleza, 10%, em 7 de fevereiro; Goiânia, 10%, em 21 de janeiro; Recife, 10%, em 10 de fevereiro; Natal, 10%, em 7 fevereiro; Boa Vista, 10%, em 5 de abril; Aracaju, 10%, em 07 de fevereiro; Palmas, 10%, em 16 de março; Vitória, 8%, em 16 de março; Belo Horizonte, 7%, em 20 de janeiro; Rio de Janeiro, 7%, em 08 de fevereiro; Curitiba, 6%, em 15 de fevereiro; São Paulo, 6%, de 1º a 28 de fevereiro; Brasília, 5%, em 10 de março; Porto Alegre, 20%, no 1º dia útil de janeiro.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Ver. Bernardino Vendruscolo, V. Exª, na relação extensa e benfeita que está apresentando, esqueceu, em Porto Alegre, dos 10%, em 10 de fevereiro.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: É que V. Exª não sabe das informações que eu tenho, então, eu vou ler outros dados, só para V. Exª saber como é que funciona nos outros Estados. Por exemplo: Campo Grande, 20%, em 11 de fevereiro ou 10% parcelado; Maceió, 20%, em 28 de fevereiro, ou 10%, em 31 de março.

Então, tem todas estas informações. O que nós não podemos, Ver. João Antonio Dib, é aceitar essa coisa louca de vencimento no primeiro dia útil de janeiro. No primeiro dia útil de janeiro, um vencimento de um tributo! No primeiro dia útil de janeiro, por favor!

Então, me desculpe, Ver. Elias Vidal, mas eu precisava trazer as informações completas, até para não enganarmos a população.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, eu quero fazer um Requerimento para que o PLCL nº 006/11, Proc. nº 587/11, do Ver. Aldacir Oliboni, retorne à Comissão de Finanças, porque o Projeto não passou nessa Comissão, e é indispensável à audiência daquela Comissão.

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Está feito o registro, Ver. João Antonio Dib.

O Ver. Beto Moesch está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. BETO MOESCH: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, eu venho tratar de um assunto que entendo como grave, embora, infelizmente, durante muito tempo, tenha sido corriqueiro.

Esta noite, pegou fogo o topo do Morro São Pedro, de que já falamos aqui, está para ser a 4ª Unidade de Conservação de Porto Alegre.

E a sua criação, como Unidade de Conservação, é uma construção da cidade de Porto Alegre, que não teve apenas a mão da Prefeitura Municipal, e desta Casa, mas foi fruto de décadas de discussão da sociedade porto-alegrense, até mesmo do Estado, pela importância que tem aquele Morro.

Para vocês terem uma ideia, nós temos, ali, já identificados por um diagnóstico da Fundação Zoobotânica, de 900 a mil bugios, primata esse que está ameaçado de extinção. Nós temos, ali, também, espécies vegetais endêmicas. E o que vem a ser isso? Espécies que só existem naquela localização, que é um dos últimos redutos de mata nativa em Porto Alegre, uma parte está na Restinga.

Portanto, além da biodiversidade riquíssima que temos ali, considerada pela Secretaria do Meio Ambiente como Zona Núcleo da Mata Atlântica, e, portanto, reserva da biosfera, segundo a Unesco – vejam a importância desse patrimônio para nós, porto-alegrenses. Em virtude do seu remanescente, aquele local evita alagamentos na Restinga, e é de fundamental importância para a qualidade atmosférica, de solo, para a mesma população, mas parte dele foi queimado. O que nos preocupa? Primeiro, nós não temos ali ainda nenhum trabalho – porque fui atrás das informações –, e o Corpo de Bombeiros e a Secretaria Municipal de Saúde e do Meio Ambiente, Ver. João Dib, não sabem o tamanho do estrago ocorrido na noite passada. Estou, agora, terminando um Pedido de Informações para saber como está a equipe de combate a incêndios em morros de Porto Alegre. Nós iniciamos, em 2005, junto com o Corpo de Bombeiros, a SMAM e o Comando Ambiental da Brigada Militar que, de duas ou três vezes por semana, circulavam pelos morros da Cidade para prevenir os incêndios. E pelo Fundo Municipal do Meio Ambiente, foram adquiridos vários instrumentos, os mais modernos e eficazes de combate a incêndios; foram feitos, junto com o Ibama, diversos cursos de combate a incêndios para equipar, estruturar essa equipe, e também dar acompanhamento a isso. Então, a preocupação é muito grande, não só em relação ao morro São Pedro, mas também aos demais morros.

No verão, eu vi o morro Santana em chamas, então, quantos focos de incêndios nós tivemos em 2011? Como está a equipe de combate aos incêndios? Em 2005, nós tivemos vários incêndios no Parque Saint’Hilaire e no morro do Osso, porque não havia estrutura; de 2006 a 2008, nós não tivemos um foco de incêndio sequer no Município de Porto Alegre, por quê? Porque houve um trabalho conjunto com o Governo do Estado, porque isso não é só uma atribuição do Município, é também do Estado e da União, através do Ibama. Então, nós temos que convergir as forças para evitar tragédias, como a que ocorreu nesta noite, e que até agora não temos informações. Nós não sabemos, e ninguém sabe, nem a SMAM, nem o Corpo de Bombeiros, o tamanho do estrago do incêndio no morro São Pedro. E a comunidade da Restinga, obviamente, está preocupada. Nós todos estamos preocupados pelo patrimônio da biodiversidade que ali temos, porque nós podemos estar comprometendo a criação da 4ª Unidade de Conservação. E nós aprovamos aqui, recentemente, o Sistema Municipal de Unidades de Conservação, justamente para ajudar a estruturar essas Unidades e os seus possíveis corredores. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): Sr. Presidente, eu gostaria que V. Exª submetesse à consideração do Plenário, que, logo após o Grande Expediente, nós passássemos para a Pauta Especial, e depois para a Ordem do Dia.

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. João Antonio Dib para, logo após o Grande Expediente, passarmos à Pauta Especial e, depois, à Ordem do Dia. (Pausa.)

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Presidente, V. Exª pode explicar o que vai acontecer? Quer dizer, não vamos abrir a Ordem do Dia agora, vamos entrar no Grande Expediente?

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Isso.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Vamos ficar meia hora no Grande Expediente; depois passaremos para a Pauta Especial. É o que está sendo pedido. Quer dizer, nós vamos entrar na Ordem do Dia amanhã?

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Ver. João Antonio Dib, por gentileza, o senhor pode repetir o seu Requerimento?

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB (Requerimento): O que eu solicitei a V. Exª que, dado o horário, após o Grande Expediente, nós já entrássemos na Pauta Especial. Depois viria a Ordem do Dia e a outra Pauta comum também.

 

O SR. ALDACIR JOSÉ OLIBONI: A Bancada do PT referenda a posição de que nós devemos entrar agora na Ordem do Dia. Porque logo, logo não haverá mais quórum.

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Ver. Aldacir José Oliboni, o senhor apresentou um outro Requerimento. Nós estamos seguindo a ordem da Sessão, conforme o que está escrito e acordado. Houve a Tribuna Popular, voltamos para as Comunicações, e teríamos, agora, que entrar em Grande Expediente. Este Grande Expediente já foi transferido da semana passada para esta semana. Então, consulto os inscritos em Grande Expediente, até mesmo porque foi feito um acordo na semana passada. Na semana passada, foi feito um acordo aqui: os inscritos em Grande Expediente da semana passada abririam mão de sua manifestação para usar o Grande Expediente hoje. Então, só para entenderem os Requerimentos que foram agora encaminhados.

 

O SR. NILO SANTOS: Ver. DJ Cassiá, estou apenas aguardando que o senhor me chame para ir à tribuna usar os meus 15 minutos de Grande Expediente. Obrigado.

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, foi exatamente o que eu disse: primeiramente, o Grande Expediente, para então passar à Pauta Especial, porque não haveria tempo para fazer Ordem do Dia e Pauta Especial depois.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, eu não quero obstar que seja utilizado o período de Grande Expediente pelos colegas que o tiveram assegurado em função de um acordo do qual não participei, mas que respeito. Os omissos não podem se insurgir contra a decisão da maioria, mas quero deixar claro o seguinte: se nós formos cumprir agora – e acho que devemos cumprir – o período de Grande Expediente, isso fará com que invertamos, depois, a ordem. Havendo primeiro a Pauta, para só depois entrarmos na Ordem do Dia, isso equivale a dizer “não teremos Ordem do Dia, hoje”. Se isso me for dito assim, eu me considero liberado. Eu estou esperando aqui, porque quero estar presente na Ordem do Dia. Se não vai haver Ordem do Dia, então, ótimo, eu vou embora e vou cuidar da minha vida.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI (Requerimento): Sr. Presidente, solicito nessa ordem: como não haverá prejuízo se a Pauta Especial ficar para depois do Grande Expediente, requeiro que entremos direto na Ordem do Dia. Proponho que seja posto em votação.

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Está feito o registro.

 

O SR. SEBASTIÃO MELO: Sr. Presidente, antes de vir a este microfone, eu consultei o competente Diretor Legislativo. Ele disse que só há duas utilidades públicas para serem votadas. Será que é mais importante votar a utilidade pública, ou discutir o Orçamento? Acho que é essa a questão a ser discutida, e, cá para nós, nem sempre quando a Casa vota, a Cidade ganha. Então, vamos lá. A discussão do Orçamento é mais importante do que a utilidade pública? Eu acho que é o Orçamento, portanto vou acompanhar o Ver. Dib.

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Está feito o registro.

 

O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, cada Vereador tem o seu sistema de trabalhar, adota um sistema. Nós temos duas horas e três minutos, aqui, para trabalhar; eu adotei que gosto de andar na rua, trabalhar como sei. Como digo, sou despachante do povo, vou lá onde está o problema. Se é para não votar nada e não fazer nada, e ainda tem esse problema de debate com o meu colega que tem o Grande Expediente... Sinceramente, eu acho um absurdo, porque ele já foi passado da semana passada para esta, e agora querem, imediatamente, entrar na Ordem do Dia.

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Obrigado, Ver. Brasinha.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, vou deixar bem claro o seguinte: não estou aqui para não cumprir acordo; se um acordo existe, ele deve ser cumprido. Se a matéria que está na Ordem do Dia é irrelevante, não é importante, então não precisamos fazer a Ordem do Dia hoje, me liberem! Eu julgava que era importante estar aqui na Ordem do Dia. Vejo, pelo consenso da maioria, que não é importante; que o importante é discutir o Orçamento. Discuta-se o Orçamento, e eu fico liberado. Eu pretendia estar aqui na Ordem do Dia; não vai ter Ordem do Dia, ótimo!

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Obrigado.

O Ver. Dr. Raul está com a palavra.

 

O SR. DR. RAUL TORELLY: Presidente, apenas para registrar que acredito que a ordem dos fatores não altera o produto. Estarei aqui até o final para que sejam cumpridas todas as etapas.

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Feito o registro.

Vou colocar em votação... Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, por gentileza, peço a sua atenção. Vou colocar em votação o Requerimento do Ver. João Antonio Dib, para que a Pauta Especial seja cumprida imediatamente.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: O Requerimento do Ver. João Antonio Dib é para que se cumpra o Grande Expediente, depois se entre na Pauta Especial, depois na Pauta normal, e, depois, se sobrar tempo, na Ordem do Dia. É isso? Está bom.

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Ver. Pujol, exatamente.

 

(Manifestações fora do microfone. Inaudíveis.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Ver. João Antonio Dib, o que entendi do que está aqui na mesa é que cumpriríamos o Grande Expediente, e aí, sim, entraríamos na Pauta Especial, caso o Plenário aprovasse; depois, entraríamos na Ordem do Dia.

 

(Manifestações fora do microfone. Inaudíveis.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Para deixar claro às Sras Vereadoras e aos Srs. Vereadores: vou colocar o Requerimento em votação, mas, primeiro, entramos, seguindo aqui, em Grande Expediente. Logo após, a Pauta Especial.

Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Alceu Brasinha, o Requerimento de autoria do Ver. João Antonio Dib. “sim” aprova o Requerimento do Ver. João Antonio Dib; “não”, rejeita o Requerimento.

Já comunico, Ver. Carlos Todeschini, que, aprovado o Requerimento do Ver. João Antonio Dib, o seu Requerimento fica prejudicado.

Em votação nominal, solicitada pelo Alceu Brasinha, o Requerimento de autoria do Ver. João Antonio Dib de inversão da ordem dos trabalhos. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO por 21 votos SIM, 04 votos NÃO e 03 ABSTENÇÕES.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Idenir Cecchim está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, como ficará a Sessão depois da Comunicação de Líder do Ver. Idenir Cecchim?

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Voltaremos ao Grande Expediente. Logo após, passaremos à Pauta Especial.

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, até para que os dois Vereadores que vão se pronunciar no Grande Expediente se preparem, porque foram pegos de surpresa pela rapidez do início do Grande Expediente, eu queria responder aqui à pergunta do Ver. Adeli Sell, que me parece procedente. O Vereador gritou bem alto: “Cadê a segurança”. Sabem que o Ver. Adeli Sell esqueceu onde está a segurança. Para o Governador Tarso Genro a segurança está nos presídios, onde eles acusam, atacam, fazem o julgamento e já liquidam com o cidadão. Para o Governo Tarso Genro está lá a segurança, Ver. Adeli, porque no Governo Tarso Genro aumentaram os índices de roubo de automóvel, de assalto à mão armada, de roubo, aumentaram os índices de tudo. Que decepção que o Rio Grande está tendo com o Governo Tarso Genro, Ver. Sebastião Melo; logo ele, um Ministro que andava de jatinho por todo o Rio Grande do Sul, espalhando o Pronasci, mas logo o Tarso Genro, fazendo isso! O Secretário de Segurança já foi o responsável pelos presídios do Rio Grande do Sul, naquele outro Governo desastrado do Olívio Dutra, e agora, o Governo Tarso Genro está, há dez meses no Governo, e a Segurança desandou!

É uma pena que o Ver. Adeli Sell não esteja aqui, mas está ouvindo em seu gabinete. A Segurança, Ver. Adeli Sell, está onde tinha que estar: no Governo do Estado. O Governador não conseguiu ainda nem se acertar com os brigadianos nos salários, não conseguiu acertar com os professores, não conseguiu azeitar o Conselhão! Não conseguiu governar! E já se passou quase um ano deste Governo. Olha, muitos gaúchos votaram, eu não votei, mas ele ganhou, legitimamente, nas urnas, no primeiro turno. Quanto maior a vitória, muito maior é o tombo da decepção que este Governo está causando. Que decepção o Rio Grande esta tendo com este Governo que não consegue anunciar nada de bom; anunciou uma fábrica de elevadores, agora essa fábrica foi para Recife. Se sobrar um pouquinho, vem para o Rio Grande. Nós temos uma grande fábrica de elevadores em Guaíba, que era de um gaúcho, nem precisou buscar na Coreia: elevadores Sur, hoje Thyssen Elevadores, que faz muito bem elevadores, escadas rolantes. Anunciaram a fábrica da Fate Pneus, em Guaíba. Mas isso já era da época da Governadora Yeda Crusius; o Distrito Industrial de Guaíba já era da época da Governadora também. E isso que eu não votei na Governadora, em nenhum momento, eu não sou do Partido dela. O Ver. Luiz Braz é do Partido dela, que tinha uma proposta para as cadeias.

 

(Aparte antirregimental do Ver. Luiz Braz.)

 

O SR. IDENIR CECCHIM: Eu sei que V. Exª está concordando, porque também está decepcionado. Nós estamos decepcionados com o Governo Tarso Genro, na Segurança, nós temos insegurança em Porto Alegre, na Grande Porto Alegre e em todo o Estado. Os índices de violência aumentaram, e não é por culpa da Brigada Militar, nem da Polícia Civil; é por culpa do Governo que não tem uma direção, uma diretriz.

Quem foi Ministro de Justiça até ontem, não dá uma resposta, não tem projeto, não consegue organizar a Segurança para diminuir esses índices; isso não é possível. Acho que está na hora de todos os que fazem parte da aliança do Governo do Tarso Genro responderem ao Rio Grande.

Eu estou esperando mais do Governador, na área da Segurança, principalmente. Nas demais áreas, nós já conhecemos, mas na área da Segurança, pela pré-campanha que o Governador fez em todo o Estado... Volto a afirmar: ele estava em Bagé, lançando campanha contra o abigeato; estava em Santa Maria, lançando Segurança, pelo Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania – Pronasci; veio na Vila Bom Jesus para lançar o Projeto de Criação da Praça da Juventude, e para fazer a Praça, precisava demolir 40, 50, 100 casas, porque o espaço era maior. Eles fizeram o desenho lá em Brasília, Ver. João Dib, com um orçamento muito pequeno, sem calcular o que precisava para se fazer essa Praça. Então, o Governo Tarso Genro não deu certo, até agora, na Segurança.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Paulinho Rubem Berta está com a palavra em Grande Expediente, por transposição de tempo com o Ver. Nilo Santos.

 

O SR. PAULINHO RUBEM BERTA: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá, na presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, não vou utilizar todo o tempo, para que nós possamos apressar o trabalho da Casa que se faz necessário e é importante. Mas quero, rapidamente, fazer, de certa forma, um desagravo. Eu estive nesta tribuna e fiz algumas críticas ao Secretário Adjunto da SMAM, o Ver. Carús, sobre a Emenda que este Vereador fez no ano passado, no valor de R$ 30 mil, para o cercamento do campo no Rubem Berta, que era necessário, Ver. Idenir Cecchim. E o senhor foi um que intercedeu, ligou e fez uma luta grande para me ajudar, porque eu quero lhe dizer que isto não partiu do Vereador em si, mas de um compromisso com a comunidade, que vinha me cobrando isso, fazendo reuniões e dizendo que a Emenda não existia, enfim, a comunidade vinha me cobrando isso.

Para a minha felicidade, estive, na semana passada, com o Secretário Adjunto, que me garantiu que no dia 10 de novembro iniciam-se as obras lá. Então, eu quero dizer ao Secretário Adjunto, Carús, que nós estaremos lá no dia 10. E ele me explicou também as razões de a obra não ter começado. Eu acho que faltou comunicação, Vereador. Por que não começou a obra? Porque a obra a ser realizada tinha um valor superior aos R$ 30 mil que era o valor da Emenda. E o Secretário Fernando Záchia, numa luta, numa batalha, numa tentativa muito bonita de sua parte, foi buscar mais recurso para poder suprir a necessidade do campo de futebol, onde há mais de cinco escolinhas de futebol, Ver. João Antonio Dib. São quase 500 crianças que utilizam aquilo lá. O Rubem Berta tem mais de seis creches e todas utilizam aquela área. E esse é só um primeiro passo para restabelecer ali condições necessárias de não deixar as crianças na rua após o período das aulas, e estarem naquele campo de futebol, naquela unidade, com diversas atividades.

Então, eu quero aqui, com toda a humildade, pedir desculpas, de certa forma, ao nosso Secretário, que, enquanto eu fazia uma crítica porque não tinha conhecimento, ele estava lutando por mais recurso para ampliar a obra, porque o recurso era insuficiente. Eu acho que tenho esse dever, por isso estou nesta tribuna.

Secretário Záchia, por gentileza, desculpe-me, não foi intencional, fui pressionado pela comunidade e quero agradecer ao senhor e ao Secretário-Adjunto pela atitude coerente, transparente e honesta e pela ajuda de acrescentar recursos em cima dessa Emenda e fazer uma obra que beneficiará a comunidade. Por isso, publicamente, repito, mais uma vez, não tenho vergonha de vir aqui e pedir desculpas, porque essa é minha conduta; conduta de um homem que sempre respeitou e sempre exigiu respeito. Muito obrigado ao Secretário Fernando Záchia e ao Secretário-Adjunto Carús, pela atitude transparente de me chamarem lá, mostrarem o Projeto e dizerem: “Vossa Excelência tinha R$ 30.000,00, Vereador, e o Projeto custa tanto”. Da minha parte, muito obrigado, somos parceiros, sempre fui parceiro de todos nesta Casa, continuarei sendo e estaremos juntos.

Para adiantarmos os trabalhos, não usarei os 15 minutos a que tinha direito. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Nilo Santos está com a palavra em Grande Expediente.

 

O SR. NILO SANTOS: Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, não quero utilizar os 15 minutos para agilizarmos a Sessão. Eu quero retomar um tema que, durante este ano todo, eu abordei com muita frequência, que é a questão de adotarmos, em Porto Alegre, um novo protocolo de abordagem aos moradores de rua. Parece-me, Ver. DJ Cassiá, que essa questão é fundamental para quem se preocupa com a Copa do Mundo – e todos nós estamos preocupados em realizarmos uma grande Copa do Mundo –, por se tratar de uma questão humanitária. Eu, senhoras e senhores, não consigo admitir, Ver. Mauro Zacher, que, no nosso País, tenhamos dificuldade para retirarmos, para reconduzirmos às suas famílias e às suas comunidades, crianças, adolescentes e gestantes, Ver. Elói Guimarães, que estão em situação de rua. É impossível admitirmos que alguns pais não queiram ou não se importem mais com seus filhos, por terem perdido suas forças lutando, Ver. Tarciso, para que essas crianças e adolescentes não se mudassem para um viaduto, ou para debaixo de uma marquise, que pais e mães que não têm mais forças para fazerem o resgate dessas vidas não possam ser auxiliados pelo Estado, e que seus filhos não possam ser tratados. Há algum tempo, todos nós achávamos, ou uma grande parte dos colegas achava, assim como eu, que quem era contrário à retirada e à internação compulsória dessas crianças e desses adolescentes que vivem nas ruas e ao encaminhamento deles para tratamento, era o Ministério Público. E eu não estou falando do dinheiro gasto pela Secretaria da Saúde, que é um baita dinheiro, mas, infelizmente, o resultado é muito ruim. E o próprio Secretário da Saúde reconhece que nós precisamos de uma ação definitiva! Definitiva, Ver. Tarciso! Não se pode internar um guri por dez ou 15 dias num hospital e, depois, simplesmente devolvê-lo para a rua! É claro que alguém que esteja vivendo nessa situação não consegue recuperar-se em 15 dias e depois ser devolvido para a rua! É por isso que existem os tratamentos de nove meses em comunidades terapêuticas, onde famílias, que têm boas condições financeiras, internam seus familiares por esse período! Por quê? Porque essas famílias têm condições financeiras para isso! Se a família, se o pai e a mãe que se preocupam internam o menino durante nove meses, Ver. Elias Vidal – o senhor que é um defensor dessa causa –, numa comunidade terapêutica, por que o Estado interna por somente 15 dias? Será que uma vida de quem tem condições financeiras vale mais do que a vida daquele que está hoje numa sinaleira, debaixo de um viaduto ou debaixo de uma marquise? É claro que não! É uma questão política! E fica aqui o meu apelo ao Secretário Kevin Krieger: Secretário Kevin Krieger, vamos adotar um novo protocolo de abordagem, pois o Ministério Público concorda em determinar internação compulsória para crianças e adolescentes! E o Ministério Público concorda também em determinar a internação compulsória sabem para quem? Para gestantes! “Ah, mas se a senhora que está grávida, que vive debaixo de um viaduto ou de uma marquise, quiser se matar de tanto usar drogas, é problema dela, pois ela já é maior de idade!” Mas enquanto ela estiver carregando aquela criança em seu ventre, aí, dá licença! A responsabilidade é nossa, é minha, é sua, é do Estado! E o Ministério Público concorda em determinar a internação compulsória até que essa criança nasça. Depois, se a mãe dela quiser se matar, aí, sim, é problema dela, pois ela sabe o que faz com a sua vida. Mas, enquanto ela estiver com aquela criança, terá que se internar, Ver. DJ Cassiá! Um novo protocolo de abordagem precisa ser adotado, senhoras e senhores! Até quando nós passaremos pelos viadutos ou marquises e veremos pessoas deitadas nos espaços públicos se matando?! Nós vamos ficar olhando e simplesmente nos escondendo, fugindo, fechando os olhos para essa questão, com a desculpa de que ela tem o direito de ir e vir e, se ela quiser se matar, nós ficaremos assistindo de pé?! Mas o que é isso?!

Senhoras e senhores, eu não consigo mais! E quem me acompanha no Facebook vai ver, porque eu vou atormentar a vida de todo mundo: vou postar, Ver. Mauro Pinheiro, que um novo protocolo de abordagem precisa ser adotado na nossa Cidade! Os discursos de todos os Governos é que o maior patrimônio da cidade é o seu povo! E esse patrimônio que está morando embaixo dos viadutos, das marquises? E se temos o apoio do Ministério Público, Ver. Elói Guimarães, por que deixá-los ali? Um interno da FASE, antiga FEBEM, custa R$ 6.000,00 para os cofres públicos! Uma criança, um adolescente desses vai custar, no máximo, R$ 2.000,00 para os cofres públicos!

 

O Sr. Elói Guimarães: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Nilo Santos, acompanho o incisivo pronunciamento, oportuno, adequado, de Vossa Excelência. Temos discutido invariavelmente, em determinados momentos, essa questão. Nós estamos diante, Ver. Nilo Santos, da ausência ou do entendimento da definição do conceito de liberdade. É inaceitável que a liberdade deponha contra a vida e a dignidade humana! Todo esse relatório que V. Exª está colocando depõe contra a dignidade humana, contra a saúde, contra o bem-estar das pessoas. Então, isso não é liberdade! A liberdade se dá exatamente na defesa dos valores humanos, da saúde e da vida. Sou grato a Vossa Excelência.

 

O SR. NILO SANTOS: Obrigado, Ver. Elói, por sua contribuição.

 

O Sr. Tarciso Flecha Negra: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Nilo Santos. Quero parabenizá-lo pela sua fala em prol dos nossos adolescentes, das nossas crianças. Ver. Nilo, eu ganhei muito nesses 17 anos de escolinha nas periferias, formei muitos cidadãos, muitos atletas, não só no futebol, mas também perdi um pouco para as drogas, justamente porque vão lá, ficam um mês, 15 dias, 20 dias... E nós sabemos que isso não é suficiente; às vezes, um ano também não é suficiente. Essa criança, depois de 9 meses, tem que ser assistida por um Psicólogo, tem que ter o acompanhamento da família, das pessoas que estão em volta, para que a ajudem a encontrar um caminho, senão é muito difícil.

Então, eu quero aqui, em nome dessa minha bandeira que é a bandeira da inclusão social da criança, do jovem, através da educação, do esporte, dar um outro caminho, um outro rumo, um caminho bonito para os nossos jovens, as nossas crianças. Quero parabenizá-lo, e dizer que conte com este Vereador, porque essa é a luta que temos que fazer para ter uma cidade mais humana, mais calma, sem muita violência.

 

O SR. NILO SANTOS: Obrigado, Ver. Tarciso. Srs. Vereadores, senhoras e senhores que nos acompanham, quero dar-lhes uma informação. Nós temos aproximadamente duas mil pessoas consideradas moradoras de rua, o que chamam hoje de “em situação de rua”, porque alguns usam a rua apenas como sobrevivência e, depois, retornam para as suas casas. Ver. Mauro Zacher: informação da Secretaria da Saúde: 20%, ou seja, 400 pessoas são tuberculosas. Como é que se vai tratar tuberculose debaixo da marquise ou debaixo de um viaduto? Quatrocentas pessoas tuberculosas, morando debaixo de marquises, debaixo de viadutos!

Vai novamente o meu apelo ao Secretário Kevin Krieger, que faz um ótimo trabalho, mas podemos melhorar, Ver. João Dib. Se tiver que contratar gente, que se contrate, porque tem dinheiro para ampliar aeroporto, tem dinheiro para ampliar avenidas, tem dinheiro para tudo que é obra maravilhosa, e a maior obra que podemos deixar neste momento será a de se preocupar em recuperar as pessoas que estão afastadas das famílias, afastadas das suas comunidades, afastadas da escola – as crianças e os adolescentes. Uma grande obra será fazer um grande projeto de resgate dessas pessoas, um resgate imediato, senhoras e senhores! Ver. Tarciso, isso não tem bandeira de Partido A, Partido B; isso é uma questão para todos os Partidos se envolverem, fazer um “frentão”! Mas nós dependemos de a FASC nos dizer: “Nós vamos começar por aqui.” Eu quero saber quantas gestantes nós temos, hoje, debaixo das marquises e dos viadutos, carregando um inocente dentro de seu ventre.

 

(Aparte antirregimental do Ver. Mauro Pinheiro.)

 

O SR. NILO SANTOS: Eu noto, porque tinha no seu Governo também, foi onde começou toda essa massa crítica. Não transforme isso, Ver. Mauro Pinheiro, num problema de Partido, porque isso é um crime! Isso é um problema de todos os governos; precisa ser discutido sem bandeira de Partido na mão. Tem que se deixar bandeira de Partido na gaveta nessa hora, e darmos as mãos para resolver esse problema!

O Secretário Kevin Krieger que nos diga: “Nós precisamos atacar aqui. Tem que fazer uma lei, tem que fazer um projeto para abrir um espaço, tem que contratar gente.” Vamos contratar gente, não tem problema! Mas nós precisamos nos dedicar a esse tema, senhoras e senhores.

Fica aqui o meu apelo: por favor, senhoras e senhores, vamos abraçar essa causa e fazer algo prático! Secretário Kevin Krieger, por favor, venha até esta Casa, para que nós possamos discutir esse tema e também auxiliar, Ver. DJ Cassiá. Queremos saber quantas gestantes há de verdade nessa situação. Temos 400 tuberculosos nas ruas! O que faremos? Vamos chamar o Ministério Público, tem que determinar a internação compulsória, porque não se trata tuberculoso debaixo da marquise. “Mas ele tem o direito de ir e vir.” Tem o direito de ir e vir, mas é um dever do Estado proteger o cidadão. E esse tuberculoso que está debaixo da marquise precisa ser protegido, o Estado tem que entrar. Era isso, senhoras e senhores. Voltarei a tocar nesse tema enquanto tiver forças e enquanto eu estiver nesta Casa. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Está encerrado o Grande Expediente.

Passamos à

 

PAUTA ESPECIAL

 

DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/10 minutos/com aparte)

 

1ª SESSÃO

 

PROC. Nº 3490/11 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 040/11, que estima a receita e fixa a despesa do Município de Porto Alegre para o exercício econômico-financeiro de 2012.

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta Especial. (Pausa.) Ausente. O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta Especial. (Pausa.) O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta Especial.

 

O SR. ELÓI GUIMARÃES: Ver. DJ Cassiá, a Casa vai começar a debater o tema mais transcendental e importante para os interesses da população, que é exatamente o Orçamento do Município de Porto Alegre, em que se fixa a Despesa, Ver. Toni Proença, e se faz a previsão da Receita – R$ 4 bilhões, 867 milhões, e quebrados. Muito bem! O que nos resta diante desse plano de números? O Orçamento é um plano de números, de valores expressos em números. Duas questões são fundamentais: o desempenho da economia local, nacional e internacional, e a gestão. A Receita, respondendo, é preciso que tenhamos projetos para fazer esse gasto, fazer esse dispêndio. Então, são duas questões, Vereador-Presidente, fundamentais: a economia e a gestão. É preciso gastar, Ver. João Antonio Dib, Vossa Excelência que é professor nisso, a Receita, porque o gasto da Receita significa saúde, serviços, obras, etc. Mas nós estamos vivendo uma expectativa não muito alvissareira. Outro dia, o Presidente do Banco Central Europeu, ali na área do euro, fez uma declaração enfática, dizendo que a crise do euro é uma crise sem precedentes na história do pós-guerra, última guerra mundial; a crise de 1929. Então, é um dado estarrecedor, porque, na verdade, na crise europeia, nós vivemos uma economia que se globalizou, quer gostemos ou não, queiramos ou não. Há uma globalização da economia. Todos os fatores que interagem direta ou indiretamente influem nos países, porque os países compram, vendem, negociam, via de regra, com todos os outros países.

Outro fato que nós tivemos – todos acompanhamos – foi exatamente aquilo que o Parlamento dos Estados Unidos fez, e foi algo extremamente preocupante: ampliou-se o endividamento dos Estados Unidos. O Congresso resistiu, resistiu; se não se fizesse a ampliação do endividamento dos Estados Unidos, nós mergulharíamos numa crise mundial sem precedentes, diríamos até da história, porque exatamente a questão imobiliária, a questão hipotecária, enfim, nos Estados Unidos, é que determinou a crise daquele endividamento. E o Presidente da República teve que, vamos dizer assim, com toda a sua força, com todo o seu poder de persuasão, convencer o Parlamento americano para que fosse permitido fazer-se o comprometimento do endividamento americano. Então, são esses fatores que preocupam quando se trata de matéria dessa importância, que é o Orçamento.

Por outro lado, em relação às expectativas do Produto Interno Bruto brasileiro para o ano que vem, também há sintomas – Oxalá isso não corra, mas nós temos aí indicadores que nos preocupam –, para que se mantenha o nível do Produto Interno Bruto como se vinha tendo: 2010, sete e pouco por cento; este ano ainda não se fecharam as contas, mas não acredito que chegue a 7%, e no ano que vem, nós temos de ver qual vai ser o produto bruto brasileiro. E são coisas que diretamente influem no Orçamento do Município.

De qualquer forma, o nosso Orçamento é respeitável: R$ 4 bilhões, 600 e poucos milhões de reais. Claro que nós temos imensas demandas, como a questão da Saúde, por exemplo; embora os aportes maiores sejam as Receitas de transferência do Governo Federal, na questão do SUS, mas, de qualquer forma, estamos com uma série de demandas reprimidas e insatisfeitas, e nós temos que torcer para que esses fatores alcancem a satisfazer a Receita.

Porto Alegre, inclusive, tem um plano de prioridade que vem, até certo ponto, executando. É bem verdade, nós precisaríamos de mais recursos para a questão da habitação. Há avanços, tem que se registrar, na questão da habitação, embora todos saibamos que são recursos insuficientes.

Por outro lado, há a infraestrutura sanitária, que é uma questão de Saúde pública. Questão de Saúde pública é exatamente o tratamento sanitário, o tratamento cloacal e pluvial na cidade de Porto Alegre, onde nós nos aproximamos de situações que vão-nos colocar como das melhores cidades em matéria de saneamento urbano. Nós estamos avançando no sentido de atingir esses valores.

Portanto, fica aqui um apanhado geral, antes de começarmos a adentrar as unidades orçamentárias.

Eu tenho sempre, Ver. João Antonio Dib, um cuidado imenso com a questão das Emendas, porque este é um Orçamento que foi lastreado pelo Orçamento Participativo, que é uma manifestação da população; ela se reúne para isso. Claro que ela tem, é bom que se diga – o poder de manobra, se vê aqui que o Orçamento Participativo, hoje, não chega a 10% do Orçamento, porque temos um engessamento muito grande na despesa – 50% e alguma coisa se devem a despesas ligadas à folha de pagamento, à previdência social, e por aí se vai.

Então, fica, aqui, a nossa primeira manifestação, pois é um assunto fundamental que temos que discutir, porque é o Orçamento da Cidade. É aquilo que deveremos arrecadar, haveremos de arrecadar, e vamos torcer para que a economia cresça, e para que, na questão gerencial, se apliquem os recursos advindos da Receita.

Muitas vezes, é comum ter-se uma Receita e não se ter conseguido aplicar os valores respectivos ...

 

(Som cortado automaticamente por limitação de tempo.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Encerro a Pauta Especial.

Solicito a abertura do painel eletrônico para entrarmos na Ordem do Dia. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) Com a presença de quinze Vereadores, não há quórum para entrarmos na Ordem do Dia.

Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

2ª SESSÃO

 

PROC. Nº 3445/11 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 038/11, que dispõe sobre a realização de eventos culturais, econômicos, políticos e de outra natureza no Largo Jornalista Glênio Peres, revoga as Leis nos 9.404, de 3 de fevereiro de 2004, e 10.660, de 20 de março de 2009, e dá outras providências.

 

PROC. Nº 3446/11 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 039/11, que declara de utilidade pública a Casa da Criança Algodão Doce.

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Engenheiro Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Dr. Thiago Duarte está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. DR. THIAGO DUARTE: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, venho a esta tribuna, hoje, para poder me comunicar com o nosso telespectador no sentido de fazer algumas observações vinculadas à Pauta.

Primeiramente, quero enaltecer o Informativo do Ver. Bernardino, que coloca em destaque a Lei aprovada nesta Casa pelo conjunto dos Vereadores, que vem contribuir com o diagnóstico precoce do HIV. Temos feito visitas às Unidades de Saúde, já visitamos vinte, e amanhã visitaremos mais cinco Unidades no Partenon, e temos identificado que essa é uma preocupação bastante grande quanto às gerências distritais de saúde: a questão do HIV; a questão do aumento da incidência do HIV principalmente em mulheres casadas e da 3ª idade. Esse projeto foi construído a quatro mãos e possibilita que seja descentralizado o teste do HIV na cidade de Porto Alegre.

Venho também falar sobre a visita que alguns membros da Comissão de Saúde fizeram, hoje pela manhã, ao Sr. Adio, no morro Santa Teresa. O Sr. Adio também participou aqui conosco de uma reunião da Comissão de Saúde, no Dia Internacional de Defesa dos Animais. Pudemos constatar lá – e que bom que tivemos a sempre presente Secretaria Municipal dos Direitos Animais, é importante que se diga isso –, e constatamos in loco, a grande dificuldade e a grande carência tanto no que se refere à saúde mental e física do Sr. Ádio, como também a debilidade de tratamento daqueles animais. E estamos encaminhando uma discussão com os demais Vereadores da Comissão para darmos um melhor tratamento tanto ao Sr. Ádio, bem como aos animais – levaremos isso para a reunião da Comissão, amanhã.

Quero destacar, também, a visita que tivemos oportunidade de fazer à EPTC para abordar a questão do transporte hidroviário, o transporte fluvial, que já começou a ocorrer essa semana através do Governo Estadual, ligando Porto Alegre a Guaíba. Mas, sem dúvida nenhuma, a EPTC se mostrou bastante receptiva, e tem trabalhado muito, no sentido de poder interligar também Porto Alegre entre si através do Guaíba. Como nós sabemos, nós temos grandes focos de emprego cada dia mais presentes na orla. Nós temos a Arena do Grêmio, que é uma realidade; nós temos toda a questão da revitalização do Cais do Porto, que gerará empregos naquela região; nós temos toda a questão do Museu Iberê Camargo e do complexo do Beira-Rio, que certamente gerará empregos. Nós temos a questão toda do BarraShoppingSul que gerará emprego e movimento, a Vila Assunção, Ipanema e Belém Novo.

Então, que possamos construir uma alternativa para interligar essas regiões também através do Guaíba. A EPTC nos passou um estudo que tem realizado de forma bastante ativa, que é importante socializarmos com o conjunto dos nossos colegas Vereadores. Quero destacar, mais uma vez, e já fiz isso no início do comentário, o trabalho cotidiano, exaustivo e muito importante da Secretaria dos Diretos Animais. Destaco as ações que já foram feitas no Lami, Lajeado e Belém Novo nesses últimos 30 dias. Quero mandar um forte abraço à comunidade do Canta Galo, bem como trazer um profundo agradecimento dessa comunidade ao DMAE. Uma comunidade onde há mais de 30 anos não tinha água, não chegava água, e que nos últimos quinze dias teve acesso à água potável, via DMAE.

Quero convidar todos a participarem dessas nossas reuniões da Comissão de Saúde, que são abertas, como para visitarmos as Unidades. Também quero convidá-los para, amanhã, irmos ao ato público em defesa do SUS, que ocorrerá nesta Casa. Na verdade, é um ato público também em defesa da Emenda Constitucional que pode proporcionar e carimbar recursos financeiros ao SUS. E que possamos ter, não só do Município, que acaba investindo muito mais em Saúde do que efetivamente teria que investir, mas que obtenha a contrapartida do Estado e da Federação. Então, que possamos, a partir desses atos que vão ocorrer em todo o País, com os médicos – com o Dr. Raul se colocando à frente desse processo –, ter uma firme demonstração de que, realmente, precisamos salvar o SUS, e, com isso, garantir recursos para o SUS. Muito obrigado, Ver. DJ Cassiá, pela paciência que sempre tem com este humilde colega.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): O Ver. Professor Garcia está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. PRESIDENTE (Professor Garcia): Sr. Presidente, Ver. DJ Cassiá; em Pauta, nós temos cinco minutos para discutir dois assuntos que julgamos importantes. O primeiro, é em relação à reunião que fizemos, na semana passada, quando quase 400 pessoas compareceram na Igreja Sagrada Família para levantarem as questões da Cidade Baixa.

Vou falar especificamente de um assunto que já abordei inúmeras vezes, e que preocupa os moradores, principalmente de Ipanema, que é o lotação Ipanema. Os senhores e as senhoras sabem de todo o movimento que foi feito para haver o lotação Ipanema. O acordo que foi feito entre a EPTC e a Associação dos Moradores do Bairro Ipanema – AMBI. Ficou acordado que os moradores dos bairros Ipanema e Jardim Isabel teriam a garantia de três lotações, que passariam de 25 em 25 minutos. Inclusive, eu distribuí na comunidade o horário dos lotações. Já tivemos algumas discussões aqui, quando eu trouxe de público, por exemplo, o não cumprimento dos horários. Este Vereador colocou, inclusive, um funcionário seu em cada um dos lotações durante o dia inteiro, mas bastou não estarmos lá – ficamos sabendo, e a comunidade começou a nos cobrar –, que os lotações não mais estão passando de forma sistemática. Colocamos uma fiscalização do Gabinete, e o que constatamos? Primeiro, dos três, apenas dois lotações estão passando; depois das 10h da manhã, não passam mais. O que alega o permissionário? Que não há passageiros. Mas não pode haver passageiros, se o transporte não é feito de forma sistemática! Hoje pela manhã, tivemos uma reunião na EPTC com a sua Diretora Técnica, que nos confirmou que vai efetivar a fiscalização pela EPTC. Eu disse a ela que a Fiscalização da EPTC não estava fiscalizando. Então, o Gabinete vai ter que fiscalizar a EPTC e o cumprimento.

Também venho aqui dizer, de público... Como a ação está no Ministério Público e, daqui a uns dias, o Ministério Público vai chamar a EPTC, o permissionário, os moradores e este Vereador, que entrou com a ação, nós vamos pedir o fim da concessão daquele permissionário, porque é inadmissível o que ele está fazendo com o Poder Público: ele está brincando com os moradores desta Cidade. Ou ele está achando que está acima, fazendo o que querem, e a EPTC sendo conivente. Este Vereador não vai ser conivente; este Vereador vai bater forte, e vai estar em cima; agora, julgo ser desnecessário ter que colocar um funcionário andando no lotação o dia todo. E, chega a determinado momento, eles simulam que quebrou o lotação, trazem um lotação que serve a Av. Juca Batista, ele entra em Ipanema, dizendo que é aquela... E nós reclamando: é queixa no Decon, é queixa no Procon, é queixa no Ministério Público... Quem é que vai resolver alguma coisa? Ou querem que a gente faça uma arruaça; que se reúna os moradores e bote pneu na rua para queimar? É isso o que querem? O Poder Público tem que fazer a sua parte! Nós estamos cansados disso, estamos cansados disso!

Hoje de manhã, o que eu fui fazer na EPTC foi exatamente isto: reclamar dessa situação, porque nós não podemos ser coniventes com o que acontece. Estão brincando de transporte público na nossa Cidade, estão brincando com a população de Porto Alegre, e em cima de algo que foi acordado, que foi assinado, de que foi feita ata, que foi para o Ministério Público! Então, se querem guerra, vão ter guerra, sim! Eu insisto: se nós acabarmos com a permissão de uma linha de lotação em Porto Alegre – e esse cidadão tem mais de 20 –, no outro dia, todas vão estar cumprindo linha e horário. O que estão fazendo com a população de Ipanema é algo inadmissível, o que estão fazendo com os moradores do Jardim Isabel é algo inadmissível!

Então, nós queremos uma solução, e a nossa voz não vai calar enquanto não assistirmos o cumprimento daquilo que – volto a dizer –, foi acordado, olho no olho, e assinado com o Sr. Cappellari, Presidente da EPTC, com a Associação dos Moradores do Bairro Ipanema, com este Vereador e com o Ministério Público! Se não tem Justiça, se não tem Judiciário, se não tem Legislativo e não tem Executivo, o povo que clame, então! Eu não aguento mais isso! Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (DJ Cassiá): Apregoo Requerimento, para custeio de viagem em representação ou em missão especial, de autoria do Ver. Nelcir Tessaro, que solicita autorização para representar esta Câmara Municipal no evento: Audiência Pública para debater qualificação da mão de obra e melhoria da infraestrutura e geração de empregos e promover o desenvolvimento do turismo brasileiro, na Cidade de Brasília, a realizar-se no período de 26 de outubro de 2011.

Apregoo o Requerimento para custeio de viagem em representação ou em missão especial, de autoria do Ver. Waldir Canal, que solicita autorização para representar esta Casa no Encontro Nacional de Tecnologia da Informação, na Cidade de Brasília, a realizar-se no período de 25 a 27 de outubro de 2011.

Nada mais havendo a tratar, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h59min.)

 

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